Amazon investe em reatores nucleares para suprir sua demanda de energia

Gigante do e-commerce se junta a outras empresas de tecnologia que estão apostando em energia nuclear, em meio à crescente demanda da IA

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Sadiya Kherani 2 minutos de leitura

A Amazon Web Services (AWS), subsidiária de computação em nuvem da gigante do e-commerce, fechou três novos acordos para apoiar o desenvolvimento de projetos de energia nuclear. Esses contratos vão viabilizar, entre outras coisas, a construção de pequenos reatores modulares (SMRs, na sigla em inglês).

Os SMRs são uma forma avançada de reator nuclear que ocupa menos espaço, o que permite que sejam construídos mais próximos à rede elétrica. Além disso, seu tempo de fabricação é menor em comparação aos reatores tradicionais. Outro ponto positivo é que este tipo de energia não emite carbono.

Segundo a Amazon, os acordos fazem parte da meta de zerar suas emissões de carbono. Assim como outras grandes empresas de tecnologia, ela está vendo uma necessidade cada vez maior de energia limpa, devido à alta demanda por energia dos serviços de IA generativa.

“A energia nuclear é uma fonte segura e livre de carbono, que pode alimentar nossas operações e atender à crescente demanda dos nossos clientes, enquanto nos ajuda a avançar em direção ao compromisso do Climate Pledge de zerar nossas emissões de carbono até 2040”, afirmou Matt Garman, CEO da AWS, no comunicado da empresa.

BIG TECHS APOSTAM NA ENERGIA NUCLEAR

A Amazon é a mais recente empresa de tecnologia a apostar em energia nuclear em meio à era da inteligência artificial de alta potência. Dias antes, o Google havia fechado um acordo de compra de energia de vários pequenos reatores modulares.

Em setembro, a Constellation Energy assinou um contrato de 20 anos com a Microsoft para reativar uma usina no estado da Pensilvânia, nos EUA.

Um dos contratos firmados pela AWS é com a Energy Northwest, uma agência pública de operação conjunta de energia do estado de Washington. Na primeira fase do projeto, os reatores devem gerar cerca de 320 megawatts, que é a quantidade máxima de energia que a usina pode produzir. No futuro, será possível aumentar a produção para 960 megawatts – o suficiente para abastecer 770 mil residências no país.

Esses projetos visam atender às demandas de energia previstas para a região noroeste dos Estados Unidos a partir do início da década de 2030.

Segundo a Amazon, os acordos fazem parte da meta de zerar suas emissões de carbono.

A Amazon também anunciou que está investindo na X-energy, empresa privada especializada no desenvolvimento de reatores e combustível nuclear. Esse investimento inclui a construção de uma fábrica para a produção de equipamentos de SMR, com capacidade de gerar mais de cinco gigawatts em novos projetos de energia nuclear.

Além disso, assinou um acordo com a Dominion Energy para o desenvolvimento de um projeto de SMR próximo à usina de North Anna, no estado da Virgínia. A expectativa é fornecer pelo menos 300 megawatts de energia para a região. A Dominion prevê um aumento de 85% na demanda de energia nos próximos 15 anos.

“Uma das formas mais rápidas de combater as mudanças climáticas é através de fontes de energia livres de carbono, e a energia nuclear, além de não emitir CO2, é escalável. Por isso, é uma área de investimento importante para a Amazon”, explica Garman.


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