Espaço de jogos eletrônicos traz experiência com fliperamas para unir gerações 

Arena Geek Gamer é um dos espaços mais populares do festival REC'n'Play

Crédito: Fast Company Brasil

Katarina Bandeira 3 minutos de leitura

Os arcades ou fliperamas foram, entre os anos de 1980 e 2000, talvez uma das mais democráticas formas de se ter acesso aos jogos eletrônicos no Brasil. Espalhadas por diferentes espaços, de casas especializadas até lojinhas de variedades na periferia, as máquinas faziam a alegria de quem, com uma única ficha, conseguia ter acesso aos títulos mais famosos do momento, sem precisar comprar um console de videogame. 

O cenário se repete na quinta edição do REC’n'Play, que acontece no bairro do Recife até este sábado (21 de outubro), com a ampliação da Arena Geek Gamer, um dos espaços mais populares da feira, Um dos objetivos é justamente reunir gerações de gamers em uma experiência unificada.

Crédito: Katarina Bandeira

O público tem acesso também a PCs, óculos de realidade virtual (RV) e simuladores de corrida, em uma imersão que dura cerca de 30 minutos.

"Queremos fazer o elo entre jogos novos e antigos. Temos tanto a área de fliperama, quanto de RV. Isso é bom para os gamers, tanto os que estão começando agora quanto o pessoal que já jogava há muito tempo. Eles se reencontram dentro da nossa arena", comenta Tito Lindoso, curador do REC’n'Play na aérea de games e eSports.

Jogadores e entusiastas de eSports procuram a arena para se aproximar ainda mais de um cenário visto, na maioria das vezes, no eixo do Sudeste.

Para estimular ainda mais a paixão pelos consoles, na parte de cima do Teatro Hermilo Borba Filho, no bairro do Recife, foi instalado o Museu do Videogame, com toda uma linha do tempo retratando a história desse universo.

Há também áreas temáticas, como a Arena Rec'n'Neerderlans, espaço cultural para jogos com o tema Brasil-Holanda, além de campeonatos de FIFA e League of Legends (LoL) – este último com R$ 10 mil em premiações para os times vitoriosos.

A LUTA PARA AMPLIAR OS ESPORTS NO NORDESTE 

Com a adição do campeonato de LoL, os organizadores do espaço buscam atrair um público que vem crescendo em todo o país. Jogadores e entusiastas de competições atreladas a eSports também procuram a arena para se aproximar ainda mais de um cenário visto, na maioria das vezes, no eixo do Sudeste – longe do ardor pernambucano. 

Segundo a Pesquisa Game Brasil, 82% dos entrevistados consideram jogar jogos eletrônicos como uma de suas principais formas de se divertir.

"A gente sabe que hoje, ainda mais por conta da pandemia, tanto o Recife quanto o Nordeste inteiro não são tão fortes [no cenário de eSports] quanto, por exemplo, São Paulo, que é ponto de referência, onde quase todas as organizações de eSports se apresentam. Estamos tentando fazer as pessoas acreditarem que tanto no Nordeste quanto em Pernambuco conseguimos crescer nessa área", explica Lindoso. 

O organizador cita projetos futuros de aulas para estimular a criação de novos jogadores de games como League of Legends, Valorant, Counter Srike (CS) e muitos outros. Vale lembrar que, recentemente, a final do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL) aconteceu no Recife, atraindo uma multidão de entusiastas do esporte, em um evento digno de grandes competições. 

A IDADE DOS GAMERS NO BRASIL

Segundo a 10ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB), publicada este ano, 82,1% dos entrevistados consideram jogar jogos eletrônicos como uma de suas principais formas de se divertir.

No que diz respeito à faixa etária desses jogadores, a pesquisa indicou que jovens de 20 a 24 anos representam 15,1%; adultos de 30 a 34 anos somam mais 16,1%; pessoas com 35 a 39 anos representam 15,5% e brasileiros com 45 anos, 15,8%. Foram entrevistadas 14.825 pessoas em 26 estados e no Distrito Federal, no mês de janeiro. 

No Recife, o reflexo dessa mistura geracional pode ser visto em uma visita ao espaço, com os fliperamas se tornando verdadeiras máquinas do tempo.

Na democratização dos jogos eletrônicos, diferentes pessoas fazendo fila para batalhar com personagens de The King of Fighters’ 94, game produzido pela SNK em 1994, e bolando estratégias em uma partida de CS2 são um sinal de que é possível introduzir velhos hábitos a uma nova geração, sem perder o brilho e a magia de seus pares contemporâneos. 


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