Este cãozinho é falso ou real? Jogo movido a IA incentiva adoção de pets
Novo jogo de inteligência artificial pede aos jogadores que respondam à pergunta mais fofa de todas
Um novo jogo, chamado This Dog Exists (esse cão existe?), tem uma premissa muito simples: você seria capaz de identificar qual é o cachorro real entre um bando de filhotes gerados por inteligência artificial? Acertar a resposta é mais difícil do que parece.
O jogo é o mais recente uso de inteligência artificial a serviço de um bem maior: foi projetado para promover a adoção de cães abandonados da Wags & Walks, instituição de resgate e proteção com sede em Nashville e Los Angeles.
This Dog Exists é uma criação de Matt Reed, tecnólogo criativo da agência de publicidade Redpepper, responsável também pelos olhos de peixe morto de Zuckerberg no filtro HoloZuck, do Snapchat. Sua intenção é reduzir a população de animais em abrigos.
“Todos os anos, participamos de um evento do setor de publicidade chamado Createathon, onde trabalhamos para organizações sem fins lucrativos durante 24 horas seguidas”, explica Reed. “Ficamos acordados a noite toda e é uma explosão criativa. Também ficamos muito inspirados, e foi daí que veio essa ideia.”
Reed conta que, além de sua entrega de marketing usual, eles também queriam fazer algo para trazer alguma conscientização extra para a causa. “Exploramos algumas ideias diferentes, mas sempre voltávamos à de usar [o algoritmo de imagem generativa de IA] Stable Diffusion”, conta.
A equipe criativa se inspirou nos diversos sites que basicamente funcionam chocando as pessoas, apenas mostrando rostos de gente que não existe de verdade e que foram gerados artificialmente. “Queríamos virar esse conceito de cabeça para baixo e focar nas coisas reais da vida. Comparar cães de inteligência artificial com cães de verdade parecia interessante.”
Foi assim que surgiu o This Dog Exists. O design do jogo é intencionalmente simples: uma grade com imagens de quatro cães aparece. Um deles é real, os outros três foram criados pelo Stable Diffusion, um modelo de aprendizagem profunda.
Reed usou o Lexica.art – um fascinante mecanismo de busca de imagens generativas – para encontrar o prompt perfeito para a criação de filhotes mais fofos: “Um belo retrato de um cachorro, de frente para a câmera, ao ar livre, fotografia profissional premiada, zeiss 150mm f/ 2.8 Hasselblad.”
O prompt funcionou perfeitamente. Se a aprendizagem profunda do Stable Diffusion, do DALL-E e do MidJourney ainda têm dificuldades para criar rostos humanos críveis, o Stable Diffusion parece ser muito bom em inventar cães. Exceto por algumas imperfeições, os falsos se parecem muito com os da vida real.
Mas o jogador também pode perder a partida: quem não conseguir adivinhar o cachorro real depois de 10 chances recebe uma mensagem que diz “Nossa! Parece que você está precisando de um cão de verdade para aprender como eles são :-)”
Em termos de tecnologia, não há nada de muito inovador no jogo, mas é uma maneira incrivelmente fofa de envolver as pessoas. “Se isso ajudar um cachorro que seja a ser adotado, já vou considerar que tivemos sucesso”, diz Reed.
