App de ‘social investing’ une ações hype a estabilidade de longo prazo
Existe um acrônimo sendo utilizado em círculos de investimentos: BANG. É uma sigla para Blackberry, AMC, Nokia e Gamestop, quatro empresas que representam o fenômeno dos memes de ações, ou de ações que ganham tração e investidores por meio do hype das redes sociais.
“É sobre transformar o mercado de ações em um produto de consumo, mas não puramente do lado especulativo”
Esse encontro entre cultura de memes e investimento de varejo explodiu no último ano, graças à popularidade de apps que facilitam a vida das pessoas na hora de investir. Mais de dez milhões de contas individuais de investimento foram abertas em 2020 – e isso se intensificou no começo deste ano.
Em meio a essa volatilidade, a fintech Public está lançando uma campanha e uma nova identidade de marca que promove o app como um lugar para equilibrar o hype do investimento de varejo com estabilidade no longo prazo.
De acordo com Leif Abraham, co-CEO da startup, o foco é construir investidores de longo prazo na plataforma, não apenas pessoas que querem apostar numa só ação. “É sobre transformar o mercado de ações em um produto de consumo, mas não puramente do lado especulativo, e sim do lado da construção de bons portfólios”, afirma.
“A Public se posiciona como um app de “investimento social”, que permite os usuários seguirem o portfólio uns dos outros”
Graças ao hype criado em fóruns como o WallStreetBets, no Reddit, as ações do Gamestop subiram 1,600% e as da AMC tiveram alta de 2,400% neste ano. A rede de filmes aderiu ao hype ao oferecer pipoca de graça aos investidores. O investimento de varejo online, em que pessoas comuns compram e vendem ações por meio de brokers, é algo que tem sido popular desde o boom da internet. Mas existe uma nova onda em meio à convergência de apps e a capacidade de viralização das redes sociais.
A Public se posiciona como um app de “investimento social”, que permite os usuários seguirem o portfólio uns dos outros, ao mesmo tempo em que acessam informações especializadas de analistas.
Abraham usa a metáfora da academia para descrever o serviço: seria como ter um personal trainer que te incentiva a continuar malhando. A empresa foi lançada em setembro de 2019 e levantou US$ 220 milhões em fevereiro deste ano, o que alavancou seu valor para US$ 1,2 bilhão.
Criada pela agência Works, de Nova York, a campanha traz fotos de usuários reais do Public e de seus respectivos portfólios. A Millana investe na Tesla, no Google e no Zoom; o Mick investe no Shopfy, no Twitter e na Farfetch. Os personagens são cool, jovens, diversos, e os anúncios usam Helvetica e muito espaço em branco, o que dá uma vibe de American Apparel – sem o sexo.
Abraham explica que o propósito da campanha é mostrar que a Public é diferente da cultura de clubes como o WallStreetBets. A empresa detém 1 milhão de usuários, sendo que 40% são mulheres, 45% são POC, 90% são investidores iniciantes e a maioria, 90%, investidores de longo prazo.
Jannick Malling, co-CEO e cofundadora da Public, conta que a empresa recebeu investimento de gente como Will Smith, J.J. Watt e Tony Hawk, o que ajuda o produto a ser alçado ao mainstream.
“A nova geração de investidores que invadiu o mercado tem um critério mais complexo em relação às empresas nas quais querem investir”
Em abril, o Town Hall da Public contou com a participação de Shai Wininger, cofundadora da Lemonade, e da fundadora do Bumble, Whitney Wolfe Herd. Jannick afirma que o componente educacional é parte da formação dos futuros investidores de longo prazo. “Se há somente ação, é só especulação. Mas se existe ação e educação, isso pode virar uma grande força para o bem.”
Everyday investors don't often get the opportunity to speak directly with executives at publicly traded companies. It’s time to change that.
Today we're launching Town Hall, which connects our members with the founders and CEOs behind the companies they believe in. pic.twitter.com/hHPNcIagIE
— Public.com (@public) April 22, 2021