Demissões continuam e começam a afetar o mercado de criptomoedas
Coinbase e Goldman Sachs anunciam o corte de centenas de funcionários nos EUA
O movimento de dispensa de funcionários vem extrapolando as grandes empresas de tecnologia e começa a atingir o mercado financeiro. A corretora de criptomoedas Coinbase anunciou a demissão de 950 pessoas na terça-feira (dia 10/01), o que dá quase 20% do seu quadro de pessoal. Os cortes acontecem após uma primeira onda que dispensou 900 trabalhadores (18% do total) em junho do ano passado.
Em um post no blog da empresa, o CEO Brian Armstrong citou a tendência de queda do mercado de criptomoedas em 2022, associada à desaceleração da economia como as razões que levaram às demissões.
Armstrong também culpou o escândalo da FTX, destacando que “o efeito adverso causado por agentes inescrupulosos” impactou o mercado cripto, levando ao movimento demissionário – que, segundo ele, pode se espalhar pelo setor antes que as coisas melhorem.
Segundo o executivo, no planejamento anual da empresa – que leva em conta o desempenho do mercado de criptomoedas – ficou claro que seria preciso cortar despesas em 2023 para que a Coinbase consiga um bom resultado no ano. Assim, a companhia vai reduzir as despesas operacionais em 25% (em relação ao quadrimestre anterior).
SETOR FINANCEIRO SERÁ O PRÓXIMO?
Outro que está a ponto de anunciar um corte substancial – de 3,2 mil funcionários, conforme a Bloomberg – é o banco Goldman Sachs, em uma das maiores ondas de demissão de sua história. Segundo as informações divulgadas pela Bloomberg, um terço das prováveis demissões virá das unidades de operações bancárias e de trading. Lembrando que o banco tem mais de 49 mil empregados, de acordo com dados de setembro de 2022.
A notícia das demissões chega após uma queda de 46% nos lucros do Goldman Sachs. A se confirmarem as 3,2 mil dispensas, será uma demissão em massa maior do que a levada a cabo na crise de 2008, quando três mil pessoas perderam seus empregos no banco.
O movimento deixa claro que mesmo profissionais especializados das maiores instituições financeiras do mundo não estão imunes ao humor negativo do mercado que tem afetado mais de um setor econômico.
Com informações de Michael Grothaus.
