Tente adivinhar quantos criptomilionários e bilionários há no mundo hoje
O ano de 2023 testemunhou uma explosão do número de pessoas com mais de US$ 1 milhão em criptomoedas, incluindo o bitcoin
O valor total de mercado das criptomoedas mais do que dobrou no ano passado, subindo de US$ 1,05 trilhão, em agosto de 2023, para os atuais US$ 2,2 trilhões. Com isso, surgiu um número impressionante de investidores que, após o “inverno cripto” de 2022, tiraram proveito do crescimento do mercado e tornaram-se milionário das criptomoedas.
O Crypto Wealth Report 2024, relatório divulgado esta semana pela agência de consultoria de migração de investimentos e patrimônio Henley & Partners, revela que há hoje no mundo 172.300 pessoas que possuem US$ 1 milhão ou mais em criptoativos, quase o dobro do ano passado (95%). Em se tratando de milionários com participação em bitcoins, o salto foi ainda maior (111%), chegando a 85.400.
O número de pessoas que acumularam US$ 100 milhões ou mais investindo em criptomoedas também está em ascensão: cresceu 79% no ano passado, subindo para 325. O relatório mostra que há atualmente 28 criptobilionários, um aumento de 27% em relação a 2023. Dos seis novos bilionários das criptomoedas, cinco fizeram fortuna com bitcoins.
“Com as rápidas transformações do mundo financeiro, as criptomoedas passaram a desafiar a supremacia das moedas fiduciárias tradicionais”, afirma António Henriques, CEO do Bison Bank e presidente da subsidiária Bison Digital Assets, no relatório.
“A partir da convergência desses dois domínios, nasce uma nova era para o mercado financeiro mundial, na qual o potencial de inovação dos ativos digitais une-se à estabilidade da moeda tradicional”, complementa.
O aumento do valor de mercado das criptomoedas – e, por consequência, da quantidade de milionários – pode ser atribuído, em grande parte, ao aumento dos fundos negociados na Bolsa (ETFs, na sigla em inglês) de criptoativos.
Com o aval da Security Exchange Commission, órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, agências financeiras passaram a oferecer ETFs que têm como índice de referência a cotação do bitcoin, o que trouxe mais segurança aos investidores.
O lançamento desses fundos também facilitou o investimento em bitcoins e criptomoedas, já que os interessados podem continuar se consultando com os corretores nos quais confiam, em vez de startups e empresas maculadas pela fraude da FTX.
Segundo a Henley & Partners, existem atualmente 560 milhões de usuários de criptoativos, um aumento de 32% entre julho de 2023 e junho de 2024. Cerca de 275 milhões desses usuários têm investimentos em bitcoins.
Com o aumento dos criptomilionários, o tema das criptomoedas transformou-se em elemento-chave nas eleições presidenciais dos EUA. Donald Trump se autodeclarou “criptocanditato”, enquanto a vice-presidente Kamala Harris adotou um posicionamento mais amigável em relação ao setor das criptomoedas do que o atual presidente Joe Biden, defendendo medidas de fortalecimento dos ativos digitais.
as criptomoedas passaram a desafiar a supremacia das moedas fiduciárias tradicionais.
Empresas e pessoas físicas ligadas ao mercado das criptomoedas são responsáveis por quase metade das doações nas eleições de 2024, de acordo com relatório publicado pela Public Citizen, tendo investido, até o momento, mais de US$ 119 milhões para influenciar a opinião dos eleitores.
O maior dos comitês de ação política (super PACs) pró-cripto, o Fairshake, tem uma lista de doadores que reúne os mais famosos investidores de capital de risco e corretoras de criptomoedas, incluindo a Coinbase e a Ripple Labs, além dos empresários Marc Andreessen e Ben Horowitz.
O bitcoin atingiu recorde histórico em meados de março, mas, desde então, vem passando por momentos de turbulência. Nos últimos 12 meses, a cotação subiu 40%, embora tenha sofrido ligeira queda no mês passado, com baixa de 9%.
