Vítimas de fraudes e golpes já perderam mais de US$ 1 bilhão em criptomoedas

Crédito: shutter_speed/ Unsplash

Moises Mendez 2 minutos de leitura

No fim das contas, “O Golpista do Tinder” não é o único estelionatário que usava a tática romântica para arrancar dinheiro das vítimas. De acordo com um relatório da Federal Trade Comission (FTC, agência independente do governo dos EUA criada para proteger os consumidores e garantir a livre concorrência de mercado), só nos Estados Unidos o volume envolvido nesse tipo de crime, desde o começo de 2021, ultrapassa o US$ 1 bilhão – em criptomoedas.

Uma boa fatia desse bolo, algo como US$ 185 milhões, corresponde aos chamados “golpes românticos” – aqueles em que o criminoso finge um envolvimento amoroso com a vítima – que, aliás, estão em alta. Detalhe: mais da metade do valor roubado (US$ 575 milhões, para ser mais exato) foi desviado em transações financeiras falsas com criptomoedas.

De acordo com o relatório da FTC, as criptomoedas estão se tornando uma ferramenta cada vez mais comum para a prática de estelionato. Nada menos que US$ 329 milhões foram subtraídos só no primeiro trimestre de 2022, o dobro do registrado no mesmo período do ano passado.

De janeiro a março de 2021, a FTC constatou que um em cada quatro dólares perdidos em golpes foi pago em criptomoeda. É um volume maior do que o de qualquer outro meio de pagamento. No caso dos “falsos namorados”, 30% do dinheiro que abocanharam foi em formato de criptoativos.

Um dos principais canais usados pelos bandidos para dar seus golpes são as redes sociais. Quase metade das 46 mil vítimas registradas disseram que o caso começou com um anúncio, post ou mensagem em uma plataforma de mídia social, sendo 32% no Instagram e 26% no Facebook. Outros 9% começaram no WhatsApp e 7%, no Telegram.

Em média, as vítimas perderam US$ 2,6 mil, seja em Ether,

as criptomoedas estão se tornando uma ferramenta cada vez mais comum para a prática de estelionato.

Bitcoin ou Tether (as criptomoedas mais comumente envolvidas nas fraudes). “Essas transações não envolvem bancos ou autoridades reguladoras que possam dar o alerta de atividade suspeita e tentar barrá-las antes que se efetivem. Transferências em criptomoedas não têm como ser revertidas, e muita gente ainda não entende bem como isso funciona”, explica a FTC em seu site.

Para evitar cair nesse tipo de golpe, a dica é prestar atenção em três pontos que são como um alerta vermelho para falcatruas: investimentos com garantia de retorno muito acima da média de mercado; empresas ou pessoas tentando convencê-lo a comprar criptomoedas para “resolver um problema” ou para “proteger seus recursos”; ou um novo namorado/a que se ofereça para ajudar com seus investimentos.

“Se alguém que se mostra interessado em um relacionamento amoroso começa a querer ensinar como se investe em criptoativos, ou se pede para você transferir valores em forma de criptomoedas, pode ter certeza: é golpe”, alerta a agência.


SOBRE O AUTOR