Bloom cria versões plant based de alimentos tipicamente fast food
Nova foodtech oferece alimentos do tipo fast food, porém plant-based, prometendo nutrição funcional e sem impacto ambiental
As praças de alimentação dos shopping centers podem ser bem monótonas e pouco atraentes para quem busca alternativas saudáveis de alimentação. Mais crítica fica a situação dos que se propõem a consumir produtos veganos e que ainda desejam somar à experiência algum prazer extra na alimentação fora de casa.
A foodtech Bloom, chegou com a ambiciosa proposta de trabalhar alimentos com o conceito de junk food, porém plant-based, promovendo nutrição funcional e sem impacto ambiental. Ainda em fase startup, se lançou no mercado no final de junho com uma loja no Shopping JK Iguatemi, na cidade de São Paulo.
À frente da iniciativa está Fábio Munno, que foi executivo da Nestlé e é entusiasta de inovações no setor. Para ele, a alimentação é parte intrínseca do desenvolvimento da sociedade e seus mais enraizados hábitos e ritos culturais, religiosos, políticos e sociais -algo que não muda por vontade do mercado, mas se transforma gradualmente.
“Nutrição saudável contempla o consumo de alimentos funcionais, onde a caloria consumida é relevante ao corpo e à mente. Busquei unir soluções para ocasiões de consumo com indulgência (sem culpa), nos momentos de celebração ou de relaxamento”, explica.
A Bloom recriou as versões plant-based de todos os alimentos tradicionais encontrados em restaurantes e lanchonetes de fast e junk food: hamburguer, sorvete, milkshake, batata frita, refrigerante, chá, chocolate. E usa ingredientes de suplementação e fortificação, com nutrientes para reconstrução muscular, imunidade, bem-estar, bom funcionamento intestinal e saúde mental.
DESENVOLVIMENTO DE INGREDIENTES
A Bloom percorreu um bom caminho até chegar aos produtos que usa em suas receitas. Decidiu não usar itens plant-based de mercado para poder chegar a ingredientes com sabor, qualidade e sustentabilidade que estivessem alinhados à sua forma de atuar.
Para chegar ao sorvete enriquecido com proteína, trabalhou quatro meses no desenvolvimento. As embalagens utilizadas são todas biodegradáveis.
Segundo Fábio, foi adotada uma estratégia de desenvolvimento com os parceiros corretos para definir as bases de produtos, em parcerias de longo prazo, com o objetivo de atingir custos adequados e qualidade constante dos alimentos.
Após breve período em uma dark kitchen – para testar a produção, entrega e receptividade do público –, a Bloom abriu uma loja na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, no litoral norte paulista.
Logo atraiu a atenção da Athletic Nutrition, empresa de suplementação, funcionalidades e formulações, que se tornou sócia, com um aporte de capital de R$ 10 milhões.
“A operação foi desenhada para funcionar dentro de praças de alimentação de shopping centers. Os shoppings recebem públicos diferenciados e que demandam novas opções de alimentação. Isso nos leva a uma agenda positiva com os administradores, com boas negociações, chegando a valores bem competitivos”, ressalta Fábio.
Inicialmente, a Bloom vai trabalhar apenas com lojas próprias. A previsão é abrir de 40 a 50 unidades até 2023. Futuramente, será adotado um modelo híbrido, priorizando a construção da marca – com foco na geração Z, que busca melhor qualidade de vida – para explorar o modelo de franchising.
“Temos um público que retorna frequentemente à loja, inicialmente atraído pela curiosidade em relação aos ingredientes. Não muito engajado, mas a curiosidade abre para a mudança. Esses consumidores priorizam sabor e entrega sensorial, e são surpreendidos pelos produtos que entregamos”, afirma Fábio.
Vale destacar que a Bloom já conquistou a certificação como o primeiro fast food carbono neutro do país.