Climate FieldView promove produtividade no campo com IoT
Há mais de 10 anos no mercado, a Climate FieldView, uma empresa da Bayer, chegou ao Brasil com uma proposta muito agressiva: captar dados do campo e transformá-los em conhecimento, para que o produtor tenha uma melhor experiência na hora de entender o seu negócio, comprar e aplicar melhor os insumos e obter melhor produtividade.
Funciona numa plataforma de internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), por meio de um hardware que pode ser conectado em qualquer equipamento, para captar dados de colheita, umidade, plantio, pulverização, produtividade, taxas de aplicação. A instalação é muito simples, como inserir um pendrive em um equipamento.
A IoT faz o trabalho de administrar os dados do manejo, transformar em informações atreladas à jornada de produtividade e obter o melhor resultado. Administrar a genética, o manejo e o ambiente produtivo aumentam a produtividade e ajudam a reduzir a quantidade de defensivos e outros insumos.
Adbalah Novaes, líder de negócios da Climate FieldView, destaca que, antes, os dados eram perdidos. As informações dependiam da experiência do produtor. Com a tecnologia, o equipamento capta os dados para que os produtores possam se organizar.
Toda a operação ocorre em tempo real. Se não houver cobertura de redes de dados, o equipamento pode captar as informações e fazer o download posteriormente. Já havendo cobertura de redes, consegue acompanhar remotamente toda a operação no campo. Desta forma, a agricultura digital começa a ganhar escala.
“A adoção da tecnologia teve crescimento muito expressivo. Hoje, a plataforma cobre 22 milhões de hectares. Essa área equivale à metade da área de soja de todo o Brasil. Está em uso por produtores de brócolis, soja, feijão, café, milho, algodão, cítricos e outras culturas”, explica Novaes.
A solução é acessível a qualquer perfil de produtor, independente do tamanho. Pequenos produtores com 15 a 30 hectares que usam o FieldView já conseguem dar aulas para os grandes. A ampliação do número de usuários foi ajudada pela redução dos custos de aquisição de tecnologia.
“Antes o investimento era muito alto. Hoje está barateando e facilitando o acesso para novos usuários. A barreira de entrada é demonstrar como o investimento em conhecimento pode ajudar a obter melhor produtividade e rentabilidade”, ressalta Novaes.
O Climate FieldView é um produto que independe de plataformas, é agnóstico, pode ser usado em todos os equipamentos, inclusive com décadas de fabricação. A empresa estima que 80% das máquinas que estão no mercado conseguem usá-lo, uma vez que os sensores estão instalados em todos os novos equipamentos. Para os mais antigos, startups como a Fortron fazem o setup com instalação de dispositivos adicionais, tornando o equipamento compatível.
AMPLIAÇÃO DO CONHECIMENTO
O sistema pode se conectar com o Bayer Valora, uma iniciativa inovadora de risco compartilhado, ainda em fase pré-comercial, que fornece aos produtores recomendações customizadas de densidade populacional de milho.
A proposta é indicar a melhor forma de uso dos produtos, apontando, por exemplo, a melhor densidade de milho para plantio num determinado local. Se produzir menos do que foi projetado pelo sistema, a empresa não cobra a semente que investiu a mais naquele local. Tudo faz parte do processo de se reinventar e se relacionar com as empresas fornecedoras.
Dando suporte para ampliar o uso de tecnologia no campo, a empresa tem a universidade que iniciou operação há dois anos no Brasil e na Argentina, para poder abrir caminho e promover o conhecimento. Por ela já passaram dois mil alunos com aulas online, e iniciará a oferta de módulos presenciais. Um dos grandes indicadores da relevância dos cursos é o altíssimo índice de conclusão de curso devido a grande demanda no mercado por profissionais que tenham habilitação e conhecimento para a gestão de dados do campo.
Maurício Rodrigues, presidente da Bayer CropScience Latin America, entende que o Brasil tem características únicas e particulares no mundo em termos de extensão territorial, clima e conhecimento no agronegócio. “A Bayer tem elevado interesse em expandir a atuação local, com inovações tecnológicas e produtos que darão suporte à produção dos alimentos. A ampliação da produção de alimentos, com melhor produtividade e sustentabilidade, está entre as principais prioridades da empresa”, destaca Maurício.
A tendência é que a empresa cresça muito em tecnologia, melhorando na aplicação de defensivos e fertilizantes. “O investimento na iniciativa Orbia, por exemplo, está em estágio ainda muito inicial, é difícil dimensionar os resultados que poderá converter no futuro. Existem muitas variáveis que precisam ser avaliadas e consolidadas para que seja possível ter respostas mais precisas”, explica Maurício. Ele entende que esses investimentos são muito importantes para compor as soluções que melhoram a oferta futura de alimentos com qualidade no mundo.
A Bayer mantém a sustentabilidade como o principal guideline na empresa, base na definição das estratégias de negócios. As tecnologias, tal como da Climate FieldView, vêm como suporte essencial para a produção do agronegócio se manter em crescimento, atendendo às demandas mundiais.