Empresas fast food têm muito a colaborar com a sustentabilidade

Relatório da FAIRR mostra que é preciso melhorar o controle da poluição e o consumo de água das cadeias de suprimentos

Crédito: Fernando Andrade/ Jon Tyson/ Evgeny Karshevsky/ Unsplash

Fábio Cardo 2 minutos de leitura

As empresas de fast food norte-americanas ainda têm que melhorar muito na gestão de água e na transparência de sua cadeia de suprimentos para conseguirem melhor qualificação nas questões de sustentabilidade.

É o que aponta o recente relatório divulgado pela FAIRR (organização que reúne investidores que somam US$ 66 trilhões em gestão de ativos e focados globalmente em ESG no setor de alimentos), em conjunto com a Ceres, empresa que atua na conscientização e educação sobre a crise climática.

O relatório aponta que 87% das empresas que produzem proteínas animais obtiveram melhorias em seus indicadores.

um dos pontos mais críticos continua a ser o rastreamento das fontes de fornecimento, principalmente de proteínas.

Por extensão, sendo fornecedoras das maiores redes de fast food do mundo, impactaram os resultados das seis grandes redes avaliadas, que conseguiram melhorar a definição de metas e a execução de práticas sustentáveis para atingir os objetivos climáticos.

Ainda assim, um dos pontos mais críticos continua a ser o rastreamento das fontes de fornecimento, principalmente dessas proteínas. Neste quesito, as empresas não demonstraram total transparência e atitudes que indiquem comprometimento com a emissão de gases do efeito estufa.

A coalizão das empresas FAIRR e Ceres conseguiu avaliar o comprometimento no atingimento das metas climáticas até 2030 das empresas Chipotle, Domino’s Pizza, McDonald’s, Burger King (e sua administradora, Restaurant Brands International – RBI), Wendy’s Co. e Yum! Brands (que controla KFC, Pizza Hut, e Taco Bell).

DÁ PARA MELHORAR

O relatório aponta que todas têm metas definidas de redução de emissões, algumas usando bases científicas de dados para monitoramento e ajustes.

Já na questão de controle da poluição e consumo de água das redes de suprimento (supply chain), recurso crítico na questão ambiental, as empresas demonstraram desempenho e engajamento muito aquém do necessário.

Entre as companhias avaliadas, apenas o McDonald’s já conduz a análise de risco de água.

Segundo a FAIRR, a recomendação é que as empresas incluam em suas estratégias de gestão processos que permitam conhecer e acompanhar o uso de água junto aos fornecedores de proteínas animais. Entre as companhias avaliadas, apenas o McDonald’s já conduz a análise de risco de água.

A FAIRR entende que as grandes redes de fast food têm o poder de impactar toda a cadeia de fornecimento de matérias-primas a partir do momento em que definirem as práticas de controle como prioridades.

A organização recomenda que elas desenvolvam políticas de fornecedores que sejam como uma extensão dos compromissos climáticos e hídricos da empresa. Em outras palavras, assim como no caso da água, as emissões dos fornecedores precisam fazer parte da tomada de decisões diárias para todos os envolvidos.

Adicionalmente, recomenda que se promovam frequentes anúncios ao mercado, listando as conquistas e estratégias. É uma opção eficaz para se manterem abertas e transparentes, além de melhorarem tanto o relacionamento com o mercado quanto a imagem junto aos consumidores e investidores.


SOBRE O AUTOR

Fábio Cardo é economista de formação, atua em comunicação empresarial e empreendedorismo e é co-publisher do canal FoodTech da Fast Co... saiba mais