Foodtech atrai investimento recorde de capital de risco em 2021

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As iniciativas de foodtech no mundo estão ganhando espaço entre os investimentos de risco. Agtech e foodtech seguiram a tendência de duplicação de investimentos, atraindo pouco mais de 8% do financiamento total de capital de risco no ano fiscal de 2021. 

Felizmente. Afinal, alimentação é questão de sobrevivência e demanda anos para obter volume e crescimento que acompanhem as demandas mundiais. Nunca foram tão importantes os investimentos em alimentos. Faltam poucos anos para chegarmos às Metas de Desenvolvimento Globais, definidas pela ONU e abraçadas por países e empresas em todo o mundo. A fome ainda é um problema extremamente desafiador. 

Segundo a publicação “Crunchbase”, os investimentos de risco em todo o mundo, incluindo todos os setores, atingiram um recorde histórico no ano fiscal de 2021. O volume total foi de US $643 bilhões  – quase o dobro dos US $335 bilhões do ano fiscal de 2020 e 10 vezes o total de uma década atrás.

O último relatório anual de investimentos em agrofoodtech divulgado pela AgFunder registrou, no ano fiscal de 2021, o total de US $51,7 bilhões em financiamento de risco para startups nesses segmentos, em 3.155 deals. Isso representa um aumento de 85% em relação aos US $27,8 bilhões no ano fiscal de 2020.

O crescimento ano a ano é expressivo, tomando-se por base, principalmente, o ano de 2012 quando a AgFunder iniciou os registros de investimentos no setor, representando muito modestos US $3,1 bilhões. 

A categoria eGrocery, que contempla as empresas de vendas online de alimentos – inclusive as que operam com entregas quase imediatas –, contabilizaram crescimento de 188% no ano, atraindo 35% do investimento total. Outras categorias que incluem alimentos inovadores cresceram 103%; restaurantes online e kits de alimentos, 102%; e infraestrutura cloud em redes de varejo, 97,5%.


O ano de 2021 foi também marcado por mega investimentos. Quatro rounds no mundo passaram a marca de US$ 1 bilhão, todos na categoria eGrocery. A chinesa Furong Xingsheng lidera o ranking global, tendo recebido aporte de US$ 3 bilhões, enquanto que a norte-americana goPuff levantou, em duas rodadas, US$ 2 bilhões. Ambas receberam os aportes como late-stage deals.

FAZENDA FUTURO NO RANKING

A brasileira Fazenda Futuro passou a constar no ranking global na categoria Innovative Foods, ao receber o aporte de US$ 58 milhões. A empresa avança rapidamente nos mercados internacionais, tendo sido reconhecida com diversos prêmios pela qualidade dos produtos. A pesquisa identificou que 430 empresas neste segmento receberam aportes, incluindo nomes conhecidos como Impossible Foods e Not Company (plant-based), Perfect Day e Future Meat (celular) e Nature’s Find (fermentação).


As empresas nacionais, como um todo, também ganharam mais expressão no ranking mundial, atraindo o total de US$ 1,3 bilhão em 102 negociações, chegando à sexta posição no ranking. O país ainda está bem longe dos investimentos efetivados nos Estados Unidos, que lidera o ranking com US$ 21 bilhões e mais de mil deals.

Bernardo Milesy, managing director da Glocal, que contribuiu para a pesquisa com os dados locais do Brasil e da América Latina, entende que as soluções downstream, isto é, mais focadas no campo, ainda ganham muita atenção dos investidores de risco. No entanto, à medida que as atividades são retomadas no pós-Covid, empresas de entregas de alimentos, dark kitchens e mercearia online se firmam como opções de conveniência para os consumidores.

Entre as tendências apontadas por Bernardo, os investimentos em ag fintech – com objetivo de financiar as operações do agronegócio – devem ganhar impulso, com serviços de plataformas para gestão de riscos, incluindo também soluções baseadas em blockchain.


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