Mercado Bitcoin democratiza o acesso a investimentos em foodtechs
A partir de R$ 100, qualquer pessoa pode comprar participação societária em empresas, com a transação registrada em blockchain
Startups brasileiras do segmento de foodtech contam com mais uma alternativa para captação de investimentos para apoiar inovações e crescimento: o Mercado Bitcoin (MB), por meio de sua plataforma de ativos digitais, está oferecendo a opção de investimento em negócios reais.
Diferente dos negócios em NFT, onde os ativos são puramente digitais, a partir de R$ 100,00 de investimento, qualquer pessoa pode comprar participação na sociedade de uma empresa constituída. A primeira oferta do MB na plataforma no segmento de foodtech é dirigida à empresa aTábua, plataforma gastronômica de assinatura e vendas avulsas de produtos alimentícios.
A empresa oferece harmonizações criadas por sommeliers de diversos países, combinando vinhos com queijos nacionais premiados; café; embutidos; azeite e geleias de pequenos produtores artesanais brasileiros, inclusive em versão vegana.
Em 2021, o rápido crescimento da empresa atraiu o interesse da área de equity do Mercado Bitcoin. Para Vitor Delduque, diretor de novos negócios do MB, o momento é ideal para ampliar as opções de investimentos no mercado nacional.
A nova resolução 88 da CVM foi fundamental para que o MB pudesse ampliar a oferta de opções de investimentos em ativos reais em sua plataforma por meio de tokens. Nesse sistema, toda a operação de investimento fica registrada em token digital, inviolável, garantindo a integridade da transação.
Conhecido no exterior como STO (Security Token Offering), essa modalidade de investimento já é oferecida em diversos países, aproximando empreendedores e investidores com aplicação da tecnologia blockchain.
Apenas quatro dias após o lançamento da oferta na plataforma MB (em 22 de agosto), aTábua havia atingido 25% de seu objetivo de captação, de um total estimado em R$ 1,25 milhão. Os recursos serão investidos em ações para aumento de vendas e em marketing.
ALIMENTOS DIRETO DO PRODUTOR
Fundada em 2017 por Gabriel Garcia e Hugo Maçol, aTábua consolidou seu modelo de negócio graças ao crescimento do consumo de queijos e vinhos no Brasil.
Os sócios viram a oportunidade de aproximar os consumidores de pequenos produtores de queijos e alimentos artesanais, ajudando a aumentar a renda desses produtores e, ao mesmo tempo, viabilizando o acesso a seus produtos nos centros urbanos.
“Muitos não conseguiam ir além de suas porteiras por conta dos custos de frete, que inviabilizavam a venda. Hoje temos cerca de 600 produtores cadastrados e compramos de forma recorrente de cerca de 60”, conta Garcia.
Isso é possível porque os planos de assinatura antecipam a demanda, permitindo que se planeje adequadamente a produção e favorecendo a organização dos produtores, bem como o giro dos estoques.
Ao longo do tempo, os sócios da foodtech notaram que conseguiam retorno acima da média das vendas a varejo com o clube de assinatura, garantindo melhor rentabilidade aos fornecedores. Assim, aTábua passou a atuar com fulfillment para revenda, oferecendo sua estrutura logística para todo país.
Nos planos da empresa estão o lançamento de um marketplace para varejo que atenda padarias e outros pontos de vendas de alimentos. “Estamos conectando produtores e rede logística para fazer os produtos chegarem aos consumidores com valores mais acessíveis”, explica Garcia.