Superfood da Mahta investe na sustentabilidade da economia da Amazônia

Marca de superalimentos investe em produtores locais, favorecendo processos de regeneração da floresta

Crédito: Daniel Pinheiro/ Mahta/ Divulgação

Fábio Cardo 2 minutos de leitura

A busca por alimentação saudável a partir de superfoods se tornou uma saga na vida de Max Petrucci, executivo que esteve à frente de diversas multinacionais, empresas de tecnologia e de mídia digital. Após um quase colapso de saúde, passou a buscar alimentos pelo mundo que trouxessem mais benefícios para seu organismo e melhor qualidade de vida.

Logo de início, se deparou com a questão do consumo incipiente de ingredientes nacionais, limitados a três a quatro itens, nas formulações disponíveis de superfoods – alimentos caracterizados pela forte presença de vitaminas e minerais que proporcionam ganhos importantes ao organismo.

Petrucci passou então a pesquisar a biodiversidade da floresta amazônica, apoiado por profissionais que conhecem profundamente o ecossistema local e que trabalham em projetos de promoção socioeconômica da região.

Neste caminho, trouxe para seu time, como sócio, Edgard Calfat, que foi CEO da Puravida, empresa que trouxe ao país os primeiros superfoods. Ele agregou seu conhecimento de produção de alimentos, compartilhando a visão de Petrucci no sentido de buscar ingredientes nacionais, essencialmente da região amazônica.

Max Petrucci (esq.) e Edgard Calfat (Crédito: Daniel Pinheiro)

“Queremos que os produtos da Mahta sejam tão bons quanto os alimentos frescos que compramos. A floresta amazônica é como uma feira para nós, onde compramos todos os nossos ingredientes frescos direto de produtores locais e podemos gerar impactos positivos nas comunidades”, explica Petrucci.

IMPACTOS POSITIVOS NAS COMUNIDADES LOCAIS

Atualmente, a empresa interage com 12 comunidades, que têm sob gestão mais de 350 famílias em regime de cooperativa. Segundo Petrucci, a Mahta foi constituída repensando a forma de fazer negócio e buscando resolver dilemas da bioeconomia e dos processos regenerativos. A compra direta permite remuneração mais justa para os produtores, favorecendo as boas práticas de produção de alimentos locais com regeneração das florestas, culturas e solos.

Cooperativa Agropecuária e Florestal do Projeto RECA, em Rondônia (Crédito: Divulgação)

A agilidade e a eficiência dos processos de produção favorecem o biomimetismo das plantas, solo e subsolo, com todos os organismos vivos da floresta integrados e interagindo. “O solo da Amazônia é o próprio intestino do planeta. Assim como para o ser humano, intestinos são fundamentais para a saúde e a qualidade de vida”, pondera Petrucci.

Crédito: Daniel Pinheiro

Com apenas quatro meses de vendas (somente online) de um único item, o Mahta Superfoods em pó, a empresa vê o faturamento crescer mês a mês. O produto reúne cacau selvagem, cupuaçu e cumarú em sua composição, fornecendo proteínas e aminoácidos essenciais, como uma refeição leve ou como complemento alimentar.

Inicialmente os empreendedores contam com um grupo de beta testers para validar o produto quanto a hábitos de uso, de forma a entender as categorias, a proposta e a qualidade. A promoção, no momento, fica por conta da rede de contatos, do apoio dos investidores, de influenciadores e conhecedores do segmento de superfoods.

A empresa obteve em 2019 um investimento inicial anjo. Agora, busca fortalecer seu posicionamento e modelo de negócios, com impacto estruturado, para acelerar o crescimento no mercado nacional e internacional. A previsão é de iniciar as vendas nos Estados Unidos em dois anos, a partir de onde seguirá o processo de internacionalização.


SOBRE O AUTOR

Fábio Cardo é economista de formação, atua em comunicação empresarial e empreendedorismo e é co-publisher do canal FoodTech da Fast Co... saiba mais