Galeria traz algumas das invenções mais “flopadas” dos últimos tempos

Nem todos conseguem ter sucesso. Este ano, a CES homenageou alguns dos fracassos épicos da tecnologia na “Galeria de Flops”

Crédito: Prelaunch

Chris Morris 4 minutos de leitura

Não há como negar que a Consumer Electronics Show (CES) já apresentou ao mundo uma série de produtos revolucionários. Só que, para cada sucesso, existem dezenas – possivelmente centenas – de dispositivos, aplicativos, bugigangas e outras coisas que nunca mais serão vistas.

E não são apenas as startups que, de vez em quando, deixam a desejar. Algumas das maiores marcas do mercado também têm seus momentos ruins. Na CES 2023, a plataforma Prelaunch.com, especializada no potencial sucesso de produtos, exibiu alguns dos maiores fracassos tecnológicos dos últimos 50 anos na “Galeria de Flops”.

De reprodutores de mídia portáteis e headsets gamers, passando por uma máscara facial rejuvenescedora, a galeria conta com alguns produtos de grandes marcas que conseguiram dar a volta por cima. Outros, mesmo com o passar dos anos, ainda nos fazem questionar: “o que eles estavam pensando?”. A seguir, separei alguns dos maiores fracassos tecnológicos da história.

Crédito: Prelaunch

FIRE PHONE, DA AMAZON

Em 2014, a Amazon lançou um smartphone capaz de interagir em 3D, buscando surfar na onda do seu bem-sucedido tablet Fire. Ele tinha recursos exclusivos, como o X-Ray (tecnologia que identifica atores, músicas e outros elementos na tela, além de curiosidades e referências no conteúdo) e uma ferramenta de atendimento ao cliente. Acontece que o público já era fiel à Apple e à Samsung e não demonstrou interesse no smartphone da Amazon.

TWITTERPEEK

Muito antes de Elon Musk comprar o Twitter, a plataforma

decidiu tentar algo estranhamente diferente. Ela se juntou à empresa de tecnologia móvel Peek, em 2009, para criar um dispositivo semelhante a um pager que permitia postar e ler tuítes. O aparelho custava US$ 100 e os usuários precisavam pagar mais US$ 8 por mês para usar o serviço. Os consumidores preferiram continuar com seus smartphones do que pagar para tuitar.

IPOD HIFI

A primeira versão da Apple de um aparelho de som estéreo doméstico durou apenas 18 meses. Tinha uma qualidade de som tremenda e foi elogiado no lançamento, mas não era portátil. Quando começaram a surgir no mercado caixas de som portáteis de alta qualidade a preços acessíveis, a Apple se deu por vencida.

SONY GOOGLE TV REMOTE

A ideia era boa: modernizar sua sala de estar com um controle remoto. Já a execução, não muito. Seja por seu péssimo design ou pelas divergências entre as duas gigantes da tecnologia, o Sony Google TV Remote era extremamente complicado de usar. A maioria dos usuários nem mesmo conseguia descobrir como mudar de canal, em meio aos 88 botões do controle.

ZUNE, DA MICROSOFT

O iPod já havia completado cinco anos no mercado quando a Microsoft decidiu lançar um concorrente direto. Mas o aparelho tinha uma aparência obsoleta, que não correspondia ao design estiloso que os consumidores passaram a buscar, e seu catálogo não estava à altura do acervo do iTunes. Além disso, o Zune estava um pouco à frente de seu tempo, oferecendo um serviço de assinatura, em vez de focar na venda de álbuns e músicas por download.

MAGNETO, DA NIKE

Muitos clientes da Nike praticam esportes ao ar livre durante o dia e, para isso, usam óculos escuros, então fazia

Crédito: Museum of Failure

sentido para a marca lançar sua própria linha. Ciente de que uma das principais reclamações dos atletas era o fato de que os óculos costumavam escorregar de seus rostos quando suavam, a empresa teve uma estranha ideia: pedir aos clientes que colassem ímãs nas têmporas para garantir que os óculos com hastes magnéticas ficassem no lugar. Sem surpresa, o público não estava disposto a fazer isso.

VIRTUAL BOY, DA NINTENDO

A aposta da Nintendo foi uma espécie de precursor do Meta Quest e de outros headsets VR. Apesar de ser um projeto ambicioso, a empresa cometeu quase todos os erros imagináveis. Seu preço era muito mais alto do que a maioria dos fãs da marca poderia pagar. Os efeitos 3D não impressionavam. E usá-lo causava dor no pescoço, nas costas e nos olhos de algumas pessoas. Depois de menos de um ano, a Nintendo admitiu que havia cometido um erro.

MÁSCARA FACIAL ELÉTRICA REJUVENIQUE

Indiscutivelmente o produto mais bizarro na Galeria de Flops: uma monstruosidade da indústria da beleza que prometia restaurar a aparência jovem com estimulação elétrica. Como se a própria ideia não fosse assustadora o suficiente, o aparelho – projetado para ser amarrado à cabeça do usuário – parecia ter saído de um filme de terror.

A máscara foi promovida pela atriz da série dos anos 1980 “Dinastia”, Linda Evans, mas a Food and Drug Administration (FDA, agência que autoriza a venda de alimentos, bebida e medicamentos) dos Estados Unidos declarou que não era segura. Um ano após seu lançamento, ela desapareceu do mercado.

Uma coisa que a Prelaunch parece ter esquecido é o valor nostálgico de fracassos tecnológicos como estes. Em alguns casos, o que as empresas perderam em investimento, compensaram em notoriedade na cultura pop.

Anos depois de terem sido retirados do mercado, produtos como o Zune e o Virtual Boy ainda são difíceis de esquecer. Mesmo sendo fracassos comerciais, eles definitivamente deixaram uma marca duradoura.


SOBRE O AUTOR

Chris Morris é um jornalista com mais de 30 anos de experiência. Saiba mais em chrismorrisjournalist.com. saiba mais