Google finalmente libera ao público o Bard, sua versão do ChatGPT

A empresa está começando a conceder acesso ao chatbot de IA generativa para dezenas de milhares de usuários na lista de espera

Créditos: Imagens em PNG/ Design

Mark Sullivan 3 minutos de leitura

O Google finalmente lançou ao público seu chatbot de IA generativa, Bard. Nesta terça-feira (21), a empresa começou a conceder acesso a milhares de usuários que estavam na lista de espera para testar a nova tecnologia.

O chatbot, disponível online e como um aplicativo móvel, é capaz de responder perguntas, gerar ideias, fazer pesquisas (usando o mecanismo de busca do Google) e produzir rascunhos de e-mails, convites ou propostas.

O Bard foi anunciado inicialmente no dia 6 de fevereiro, junto com ferramentas de desenvolvedor e com a integração da IA generativa no sistema de busca. Em 14 de março, foi revelado que estes recursos também serão integrados no pacote de produtividade Workspace.

Mas esta é a primeira vez que a empresa disponibiliza um chatbot baseado em um grande modelo de linguagem, ou LLM, ao grande público. Ele utiliza uma versão leve e otimizada do LaMDA e será atualizado com modelos mais novos e mais capazes ao longo do tempo.

Crédito: Google

Eli Collins, vice-presidente de pesquisa do Google, diz que sua equipe vem trabalhando em modelos de linguagem desde 2015, dois anos antes de a empresa publicar um artigo sobre os modelos transformadores que levaram aos grandes modelos de linguagem atuais, como os usados pelo ChatGPT, da OpenAI. Collins afirma que seu grupo conseguiu desenvolver a IA generativa a tal ponto que agora está pronta para ser lançada ao público.

De acordo com ele, o Google aprendeu muito sobre como o Bard se comporta com funcionários que o usam internamente. daqui em diante, quer aprender ainda mais com usuários fora da empresa. Mas também reconhece que a surpreendente popularidade do ChatGPT influenciou a decisão de lançá-lo agora.

Em uma demonstração antes do lançamento, Collins perguntou ao Bard como ele poderia fazer seu filho se interessar mais por boliche. Uma das sugestões do bot foi alugar uma pista para uma festa. Então, ele clicou no botão de busca na parte inferior do chat e os resultados foram exibidos em outra guia.

Dentre eles, estava um site que oferecia ideias para festas infantis. Abaixo, havia uma lista de pistas de boliche na região. Sem dúvida, a maior parte das informações úteis veio da pesquisa, mas foi o Bard que o ajudou a descobrir o que procurar.

Crédito: Google

O Google insiste em enfatizar que o chatbot ainda é um trabalho em andamento. A empresa se refere a ele como um “experimento”, um termo que nem a OpenAI nem a Microsoft usam para descrever seus bots de IA generativa.

A empresa quer deixar claro que o Bard pode cometer erros factuais ou simplesmente inventar fatos (um fenômeno que

a surpreendente popularidade do ChatGPT influenciou a decisão de lançar o Bard agora.

os pesquisadores de IA chamam de “alucinação”). Logo abaixo da caixa de texto, os usuários se deparam com um aviso que diz: “o Bard pode exibir informações imprecisas ou ofensivas, que não representam as opiniões do Google”.

Embora possa ser usado em conjunto com o mecanismo de busca (há um botão de pesquisa na interface do chat), ele é mais útil como uma ferramenta de geração de ideias. 

A vice-presidente de produtos do Google, Sissie Hsiao, aponta que a mesma capacidade e características que fazem com que “alucine” também permitem que o Bard faça coisas criativas, como escrever poemas e histórias. Em outras palavras, inventa fatos assim como inventa histórias.

Mas ele tem outras restrições. O número de trocas com o bot é limitado, embora o Google não diga qual é o limite. A empresa também está impedindo que ele gere códigos de programação, algo que espera adicionar no futuro.

Ela também planeja incluir respostas multimodais (textos com imagem, vídeo ou áudio) e suporte para mais idiomas além do inglês.
Por enquanto, o Bard está disponível apenas para usuários nos EUA e no Reino Unido. Interessados podem se inscrever na lista de espera para testar o chatbot em bard.google.com


SOBRE O AUTOR

Mark Sullivan é redator sênior da Fast Company e escreve sobre tecnologia emergente, política, inteligência artificial, grandes empres... saiba mais