Google passa a oferecer monitoramento da dark web. De graça

Em breve, os usuários vão poder ativar um alerta para receber notificações quando suas informações pessoais forem compartilhadas na dark web

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Chris Morris 3 minutos de leitura

Com o aumento dos vazamentos de dados, está cada vez mais difícil saber se nossas informações pessoais estão circulando pela dark web – a parte obscura da internet conhecida por atividades ilícitas.

A boa notícia é que o Google desenvolveu uma nova linha de defesa para proteger nossos dados. A empresa anunciou que passará a oferecer monitoramento gratuito para todas as contas em suas plataformas a partir do final deste mês. Isso ajudará os usuários a descobrir se informações como endereço, número de telefone e e-mail foram vazados e divulgados na dark web.

Este serviço já existia, mas apenas para assinantes do Google One. Em uma nova atualização, a empresa anunciou que passará a oferecê-lo gratuitamente para todos.

Para ativar o monitoramento, assim que ele entrar no ar, basta acessar a página “Resultados sobre você”, que atualmente permite que os usuários se inscrevam para receber alertas caso suas informações pessoais apareçam nos resultados de busca, dando-lhes a oportunidade de removê-las em alguns casos (lembrando que o Google não pode remover nada de sites de terceiros).

O monitoramento da dark web será adicionado aos recursos dessa página e enviará notificações por e-mail ou para smartphones. Isso é extremamente útil, já que a maioria das pessoas não sabe como acessar a dark web – e provavelmente não conseguiriam encontrar suas informações lá, mesmo que soubessem.

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A dark web não é um lugar que você gostaria de visitar. É uma parte oculta da internet que não é indexada pelos mecanismos de busca e só pode ser acessada por navegadores especializados.

Hackers a usam como um mercado para, entre outras coisas, vender informações pessoais obtidas através de ataques a sites, empresas de serviços financeiros e clínicas médicas. Os cibercriminosos pagam quantias que variam de alguns dólares até milhares de dólares por tudo, desde dados pessoais até documentos falsificados.

GOLPES MAIS COMUNS

Embora saber que suas informações pessoais estão na dark web seja útil, você precisará tomar medidas assim que descobrir para se proteger – assim como o Google não pode remover informações de sites de terceiros, também não pode removê-las de anúncios de hackers.

Um alerta de que seus dados estão expostos serve apenas de aviso para mudar suas senhas e bloquear seu cartão de crédito para evitar um possível roubo de identidade.

Este tipo de crime vem acontecendo cada vez mais. O relatório de 2023 do Identity Theft Resource Center (Centro de Informações em Roubo de Identidade, ou ITRC, na sigla em inglês), publicado no final do mês passado, mostrou um aumento de 118% no número de golpes de ofertas de emprego realizados por meio de sites especializados (principalmente LinkedIn e outras plataformas de emprego).

Embora este tipo de golpe tenha tido o maior aumento percentual, ele aparece em segundo lugar na publicação do ITRC, representando apenas 9% do total. Golpes usando o Google Voice continuaram a liderar a lista, com 60% dos crimes de identidade relatados no ano passado.

A dark web é uma parte oculta da internet que só pode ser acessada por navegadores especializados.

O número total de vítimas, segundo o grupo, foi menor, mas mais pessoas relataram terem sofrido múltiplas tentativas de roubo ou uso indevido de identidade.

“As informações obtidas ao falar com vítimas e consumidores que buscam informações sobre prevenção – juntamente com dados públicos e de outros relatórios do ITRC – mostram um ambiente no qual pessoas mal-intencionadas estão cada vez mais eficientes e tendo mais sucesso ao lançar ataques”, ressalta Eva Velasquez, presidente e CEO de entidade.

“O resultado é um número menor de vítimas – ou menos relatos –, mas o impacto sobre indivíduos e empresas é, sem dúvida, mais prejudicial”, afirma.


SOBRE O AUTOR

Chris Morris é um jornalista com mais de 30 anos de experiência. Saiba mais em chrismorrisjournalist.com. saiba mais