Adobe promete remunerar criadores dos conteúdos usados para treinar sua IA

Uma nova era na Adobe Creative Cloud

Crédito: Adobe

Mark Wilson 3 minutos de leitura

Desde o seu lançamento em março, após um período intenso de desenvolvimento que durou dois meses, a plataforma de IA generativa da Adobe, chamada Firefly, já produziu impressionantes dois bilhões de imagens. Agora, ela está saindo da versão beta para se integrar ainda mais ao Photoshop, Illustrator e demais softwares da Adobe Creative Cloud.

Com o anúncio, vieram várias atualizações sobre como a empresa irá cobrar pelo uso do Firefly, compensar os criadores e gerenciar o conteúdo de IA em sua própria biblioteca de imagens.

1. O Firefly permitirá gerar até três mil imagens por mês

Com o Firefly agora integrado aos softwares da Adobe, a empresa precisa incorporar a IA em seu modelo de negócios. A geração de imagens requer muito poder de processamento (o que é bastante caro), por isso a Adobe decidiu estabelecer um limite flexível sobre quantas imagens seus assinantes podem criar, variando de acordo com o tipo de assinatura.

Usuários gratuitos poderão criar até 25 imagens por mês. Aqueles que assinam apenas um aplicativo (como o Illustrator ou o Premiere Pro) poderão criar 500. Assinantes da Creative Cloud completa terão direito a mil imagens em todos os aplicativos. Já os da Creative Cloud Pro terão um limite de três mil.

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Se o usuário ultrapassar o limite, ainda poderá gerar imagens, mas em uma velocidade de processamento mais lenta, no caso de planos maiores. Mas quem assina apenas o Stock, Express ou Firefly ficará limitado a duas imagens por dia. Créditos adicionais estarão disponíveis para compra, embora o preço não tenha sido divulgado.

2. A Adobe vai pagar um bônus único a alguns criadores do Adobe Stock

A Adobe treinou o Firefly apenas com conteúdo licenciado, incluindo sua própria coleção com 300 milhões de imagens e ilustrações no Adobe Stock, mas muitos artistas ficaram insatisfeitos (com razão). Eles alegam que seu trabalho original foi usado para treinar uma máquina que agora é sua concorrente.

Em resposta, foi anunciado um “Bônus para Contribuidor Firefly”, o que significa que a empresa vai pagar uma taxa única aos criadores cujo trabalho contribuiu para o treinamento de sua IA.

De acordo com uma declaração oficial, esse bônus inicial – que será diferente para cada contribuidor – será baseado no número total de imagens enviadas ao Adobe Stock que foram usadas no treinamento, bem como no número de licenças que essas imagens geraram no período de 12 meses, entre junho de 2022 e junho de 2023.

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A Adobe não forneceu informações adicionais à Fast Company sobre o valor exato ou sobre o quanto poderia variar de pessoas para pessoa. No entanto, parece que a empresa planeja pagar esse bônus anualmente por qualquer nova imagem em sua biblioteca usada para treinar o Firefly.

3. A empresa abre as portas para imagens de IA, mas promete implementar melhores práticas

Enquanto concorrentes como Getty e Shutterstock não permitem imagens criadas por IA, o Adobe Stock já as aceita há algum tempo, exigindo que os contribuidores rotulem o conteúdo como tal. Agora, a empresa anunciou que também permitirá mídia gerada pela inteligência artificial de sua própria plataforma, o Firefly, no Stock.

a empresa vai pagar uma taxa única aos criadores cujo trabalho contribuiu para o treinamento de sua IA.

Como parte do lançamento, a Adobe está intensificando a moderação na biblioteca do Adobe Stock e promete que será “mais eficaz” em evitar que as pessoas pesquisem nomes de artistas para encontrar ilustrações e outros conteúdos criados por IA que se assemelham ao trabalho original. Isso não é algo trivial, pois representa uma das maiores críticas aos seus esforços de IA.

A eficácia da fiscalização sobre o Adobe Stock, bem como a compensação real oferecida aos criadores para treinar o Firefly, terá um grande impacto na reputação da empresa no que diz respeito à IA. E isso pode ser determinante na maneira como os profissionais criativos ganharão a vida no futuro.

Embora tenha demorado a lançar o Firefly, uma coisa agora está clara: a Adobe está promovendo ativamente seu próprio modelo de negócios e de comunidade para abraçar um nível maior de automação e uma nova interpretação do conceito de autoria.


SOBRE O AUTOR

Mark Wilson é redator sênior da Fast Company. Escreve sobre design, tecnologia e cultura há quase 15 anos. saiba mais