Além do software: vem aí, a era da IA generativa embutida no hardware
Tudo o que sabemos até agora sobre a corrida para incorporar a IA generativa nos dispositivos
Os grandes destaques da tecnologia do ano passado foram, sem dúvida, os softwares de IA. Em 2024, era de se esperar que essa tendência chegasse aos hardwares.
Em breve, a IA generativa deve se tornar parte fundamental dos smartphones, notebooks e outros aparelhos eletrônicos. Já há rumores sobre novos dispositivos com inteligência artificial e vários indícios de que algumas empresas têm grandes planos nesse sentido, mesmo que ainda não tenham anunciado detalhes concretos.
A seguir, compartilho o que podemos esperar para o cenário de hardware de IA em 2024, com base nas informações disponíveis até agora:
Não é nenhum segredo que o Google planeja incorporar IA generativa em seu hardware, e isso já está acontecendo:
- A linha de smartphones Pixel 8 traz uma série de recursos de edição de fotos que utilizam IA generativa no próprio dispositivo para preencher detalhes. Isso inclui as funções Magic Editor, que permite aos usuários mover e redimensionar pessoas após tirar a foto; e Best Face, que mescla sucessivas imagens para garantir que todos saiam com sua melhor expressão facial.
- Uma recente atualização do Pixel 8 Pro agora permite gerar resumos de gravações de áudio no aplicativo Recorder, do Google, usando IA generativa, além de sugestões mais inteligentes de respostas automáticas no WhatsApp. A empresa afirma que essas funcionalidades são possíveis graças à uma versão “nano” do Gemini, seu grande modelo de linguagem, que foi otimizada para o dispositivo.
APPLE
A postura da Apple em relação à IA generativa tem sido mais discreta do que a de alguns concorrentes. Embora seu CEO, Tim Cook, tenha mencionado que a empresa trabalha com a tecnologia há anos, ela não sente a necessidade de ser a pioneira ou incluir o termo “IA” nos recursos que oferece. No entanto, rumores indicam que a Apple tem grandes planos para a inteligência artificial generativa em andamento:
- De acordo com Mark Gurman, da “Bloomberg”, a empresa pode trazer recursos de IA generativa para o Apple Music e para o pacote iWork, por exemplo, para criar playlists ou gerar apresentações.
- Wayne Ma, do “The Information”, relatou que a Apple pretende incorporar grandes modelos de linguagem à Siri no iOS 18. Isso poderia permitir comandos complexos e multietapas, como criar um GIF a partir de uma série de fotos e enviá-lo pelo aplicativo Mensagens.
- Segundo uma nota de pesquisa do analista Jeff Pu, da Haitong International Securities, a empresa construiu centenas de servidores de IA em 2023, com muitos mais previstos para este ano, e seus planos envolvem uma combinação de computação em nuvem e processamento no dispositivo.
- Pesquisadores da Apple publicaram um artigo em dezembro descrevendo uma maneira inovadora de executar grandes modelos de linguagem em dispositivos de computação com memória limitada, usando um computador não especificado com o processador M1 Max como exemplo.
PCS COM WINDOWS
A Intel promete um “PC de IA” com seus chips Core Ultra de 14ª geração, que incluem uma unidade de processamento neural para acelerar tarefas de IA generativa no dispositivo. A empresa está trabalhando com mais de 100 desenvolvedores (incluindo Adobe e Zoom) em um software otimizado e já integrou o Stable Diffusion ao editor de imagens de código aberto GIMP.
AMD
A AMD tem planos semelhantes para seus chips Ryzen 8000. A empresa já habilitou recursos de inteligência artificial em softwares da Adobe, como o Blackmagic Design e o Topaz Labs, e está trabalhando com a Microsoft para garantir que o Windows aproveite as vantagens de seu processamento de IA.
Enquanto isso, a Qualcomm está planejando uma grande entrada no mercado de notebooks com seu chip Snapdragon X Elite, mas, até agora, as aplicações não estão claras.
SMARTPHONES ANDROID
No lado móvel, a Qualcomm apresentou recursos de IA generativa para seu processador Snapdragon 8 Gen 3, incluindo versões no dispositivo do gerador de imagens Stable Diffusion e do grande modelo de linguagem Llama 2, da Meta.
A Samsung, como era de se esperar, também está se juntando à festa da inteligência artificial generativa, provavelmente com a ajuda da Qualcomm. A empresa afirmou em um post em seu blog que “uma nova era de IA Galaxy está chegando”, embora tenha mencionado apenas a tradução em tempo real de chamadas como exemplo.
PREPARE-SE
Enquanto os fabricantes de hardware correm para capitalizar o hype em torno da IA, o maior desafio para o restante de nós será filtrar o ruído e descobrir o que é realmente útil.
Já parece provável que veremos empresas usando o termo “IA” em recursos que não são novos, como tradução e ditado, ou para o processamento de imagem que tem sido uma parte importante da fotografia de smartphones há anos.
Também podemos esperar muitos truques baratos que não oferecem uma utilidade real, juntamente com recursos de IA generativa no dispositivo que são consideravelmente inferiores às suas versões em nuvem.
Mas, certamente, alguns fabricantes descobrirão como integrar a tecnologia de maneiras inteligentes e úteis – ou, ao menos, farão muito barulho tentando.