Esqueça a interface estática. Vem aí a interface em tempo real gerada por IA

O futuro são as interfaces generativas, que mudam com base nas interações e preferências dos usuários

Créditos: Google DeepMind/ Unsplash

Peter Smart 3 minutos de leitura

Imagine se os aplicativos e sites que você usa todos os dias se ajustassem às suas necessidades em tempo real. Se eles gerassem instantaneamente o conteúdo e as funcionalidades de que precisa, exatamente quando precisa.

Provavelmente, você já ouviu falar de imagens e vídeos gerados por IA. Agora, prepare-se para as interfaces generativas – a maior transformação na interação entre humanos e computadores desde que a Apple lançou um celular com tela sensível ao toque.

Com os avanços da inteligência artificial, pela primeira vez na história a tecnologia vai aprender a se adaptar a nós, em vez de nos obrigar a nos adaptarmos a ela.

O QUE SÃO INTERFACES GENERATIVAS?

Interfaces generativas são um novo tipo de experiência digital, em que o layout, as funcionalidades e o conteúdo são gerados dinamicamente em tempo real para atender às necessidades específicas de cada usuário.

Ao contrário das interfaces estáticas tradicionais, que são rígidas e pré-projetadas, as generativas usam IA avançada para se ajustar e mudar de acordo com as interações e preferências de cada pessoa.

Elas se baseiam em blocos – pequenos componentes modulares de uma experiência, sejam eles conteúdos, funcionalidades ou elementos da interface – que podem ser montados e ajustados pela inteligência artificial em tempo real.

Esses blocos permitem que a interface se adapte de forma contínua a necessidades e preferências, com uma abordagem modular que reduz a fragmentação e cria uma interface que evolui junto com o usuário. O resultado é uma experiência digital altamente personalizada e incrivelmente eficiente.

COMO FUNCIONAM NA PRÁTICA?

Imagine que você está no aplicativo da NASA lendo sobre a descoberta de água em outro planeta. Se quiser saber a distância até lá, basta pressionar o texto e perguntar: “onde fica isso?”. A resposta aparece no próprio artigo, sem interromper sua leitura. 

Depois, começa a se perguntar por que essa descoberta é tão importante. Ao circular a imagem da água no planeta, você faz sua pergunta, e a interface responde, ajustando a página dinamicamente para fornecer a resposta.

Esse tipo de experiência permite que os usuários sigam sua curiosidade e obtenham respostas de forma imediata, sem interrupções. E as aplicações são infinitas.

Imagine que você está planejando suas férias e encontra uma passagem aérea mas não sabe como chegar no aeroporto. Então destaca o texto e faz a pergunta. Imediatamente, um mapa com a melhor rota aparece, sem interromper sua navegação.

POR QUE ELAS SÃO TÃO REVOLUCIONÁRIAS?

As interfaces generativas mudam radicalmente a forma como interagimos com a tecnologia. Até agora, éramos nós que aprendíamos a usar as ferramentas. Agora, são elas que estão aprendendo a se ajustar a nós, atendendo nossas necessidades no exato momento em que surgem.

Estão transformando as experiências digitais, tornando tarefas complexas mais simples e intuitivas. Essa mudança nos empodera, deixando-nos mais informados, eficientes e confiantes.

pela primeira vez a tecnologia vai aprender a se adaptar a nós, em vez de nos obrigar a nos adaptar a ela.

As interfaces generativas estão prestes a se tornar uma parte essencial da vida digital. Logo olharemos para trás com uma certa nostalgia, lembrando do tempo em que os textos e as interações eram estáticos.

Nesta nova era de experiência digital, os maiores vencedores serão aqueles que tiverem a visão de como aproveitar essa tecnologia para atender melhor seus usuários.

Quem conseguir fornecer respostas no momento certo, manter interações contínuas e projetar experiências naturais e intuitivas não apenas se manterá à frente, mas também redefinirá o que é possível.

Em um mundo no qual nossas ferramentas se adaptam a nós, as oportunidades são infinitas – e o futuro pertence a quem souber abraçá-las.


SOBRE O AUTOR

Peter Smart é sócio-diretor e chief experience officer da Fantasy, empresa especializada na intersecção entre inteligência artificial,... saiba mais