Esqueça Google e Microsoft: Amazon investe US$ 16,4 bi no desenvolvimento de IA

Gastos no segundo trimestre com infraestrutura de nuvem e IA de última geração crescem quase US$ 1,5 bilhão em relação aos três meses anteriores

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Deborah Mary Sophia 2 minutos de leitura

A Amazon.com está seguindo o exemplo do Google e da Microsoft. A gigante do varejo eletrônico anunciou um aumento nos investimentos em inteligência artificial, já que as empresas de tecnologia estão correndo para capitalizar a tecnologia em expansão.

Os investimentos da Amazon – principalmente para a construção de infraestrutura de nuvem e IA generativa – devem ter aumentado 43% no segundo trimestre, para US$ 16,41 bilhões, de acordo com a consultoria LSEG Data & Analytics. Isso representa um aumento de cerca de US$ 1,5 bilhão em relação aos três meses anteriores.

Espera-se que esse crescimento nos gastos afetem as margens de lucro da empresa, superando os benefícios dos cortes de custos e as eficiências da cadeia de suprimentos que estão ajudando a lucratividade da unidade de varejo.

A Amazon Web Services (AWS) domina há muito tempo o mercado de computação em nuvem. No entanto, vem enfrentando forte concorrência da Microsoft nos últimos trimestres, depois que a fabricante do Windows lançou serviços baseados em IA para seu serviço de nuvem Azure.

Em resposta, a Amazon fez parcerias com empresas como a Anthropic e ofereceu às startups créditos gratuitos que cobrem o custo do uso dos principais modelos de IA. A ideia é impulsionar a participação de mercado de sua plataforma de IA Bedrock. Ela também nomeou um novo diretor para a unidade da AWS, em maio.

A Microsoft e a Alphabet (empresa-mãe do Google) também afirmaram que continuariam com seus investimentos, mesmo que a IA leve mais tempo do que alguns investidores esperavam para dar retorno. Isso derrubou as ações das grandes empresas de tecnologia, cujas avaliações haviam disparado este ano com a promessa da inteligência artificial.

Com o lançamento de serviços baseados em IA para a nuvem Azure, a AWS passou a enfrentar forte concorrência da Microsoft.

"Os gastos de investimento da Amazon certamente serão examinados de perto. Ela tem sido lenta na adoção da IA e está focada em empresas menores, que têm enfrentado dificuldades no ambiente de altas taxas de juros", disse Ben Barringer, analista da Quilter Cheviot. "Esperamos que a AWS comece a acelerar o desenvolvimento de sua IA daqui para frente."

As ações da Amazon subiram cerca de 23% este ano, mas caíram mais de 6% desde 8 de julho, quando atingiram um valor recorde – parte de uma onda de vendas mais ampla do mercado, liderada por megacapitalizações nos EUA.

É provável que o crescimento da AWS tenha se mantido semelhante ao do trimestre anterior, em pouco mais de 17%, de acordo com dados da LSEG. Porém, para os analistas do Morgan Stanley, a empresa "precisa crescer mais de 18% para (...) garantir aos investidores o posicionamento da AWS (IA) e sua capacidade de gerar um crescimento de 10% durante esse período de investimento pesado em Capex [investimento em bens de capital]".

    O crescimento do negócio de varejo da AWS na América do Norte provavelmente desacelerou para 8% entre abril e junho, em comparação com 12,3% no trimestre de janeiro a março, em meio a sinais de uma desaceleração nos gastos dos consumidores e alguma concorrência de novos participantes chineses de rápido crescimento, como Temu e Tiktok Shop, que estão atraindo mais compradores dos EUA.

    Estima-se que a receita total da Amazon tenha crescido 10,6%, chegando a US$ 148,56 bilhões, o aumento mais lento em cinco trimestres


    SOBRE A AUTORA

    Deborah Mary Sophia é repórter da agência Reuters. saiba mais