Na “guerra dos tronos” da IA generativa, AMD quer tomar a coroa da Nvidia

Este é o maior desafio já enfrentado pela líder do mercado de chips

Créditos: Zii Miller/ Google DeepMind/ Unsplash

Connie Lin 2 minutos de leitura

A Advanced Micro Devices (AMD) protagonizou uma das maiores reviravoltas da história dos computadores de bolso na década de 2010. Após demissões que atingiram 25% da equipe e com um preço de ações em torno de US$ 2 cada, a fabricante de chips do Vale do Silício implementou novas estratégias e se tornou a principal concorrente da Intel no segmento de semicondutores até o final da década, inovando em tecnologia ao lado das melhores do mundo.

Agora, a empresa pretende sair vitoriosa em um novo campo de batalha. Na semana passada , durante uma apresentação em São Francisco (Califórnia), a AMD revelou um chip de inteligência artificial capaz de desafiar a hegemonia da Nvidia, líder do setor em hardware e software de IA.

Os ganhos dessa guerra seriam altos. A corrida da inteligência artificial, que teve início com o lançamento do ChatGPT, da OpenAI, em novembro do ano passado, criou um mercado que pode atingir US$ 800 bilhões na próxima década, “conforme essa 'guerra dos tronos' de IA se desenrola no espaço de tecnologia empresarial e de consumo”, de acordo com uma nota de pesquisa da empresa de investimentos Wedbush.

O novo chip de IA da AMD, MI300X, é sua unidade de processamento gráfico mais sofisticada até o momento. Ele estará disponível no terceiro trimestre de 2023, com a produção em massa aumentando no quarto trimestre, segundo a empresa.

Ao que parece, ela pode ter encontrado um aliado poderoso em sua campanha contra a Nvidia. Um executivo da Amazon Web Services (AWS) disse à Reuters que a gigante da computação em nuvem – a maior do mundo – está considerando a AMD como fornecedora, embora ainda não tenha tomado uma decisão final.

Um contrato desse tipo daria à fabricante um cliente de destaque que poderia catapultá-la diretamente para o mesmo nível da Nvidia. Esta será a maior ameaça que a líder do setor já enfrentou.

A Nvidia domina 80% do mercado de chips de IA e sua avaliação ultrapassou a impressionante marca de US$ 1 trilhão.

Atualmente, ela domina 80% do mercado de chips de IA, e sua avaliação ultrapassou a impressionante marca de US$ 1 trilhão – tornando-se a sétima empresa dos EUA a alcançar esse feito, ao lado de outras gigantes da tecnologia, como Alphabet e Apple.

Especialistas esperam que o MI300X concorra diretamente com o Grace Hopper Superchip, da Nvidia, e atraia o interesse de outros clientes importantes, como a Microsoft, com a qual a AMD mantém uma parceria de longa data no fornecimento chips de semicondutores para dispositivos como notebooks e smartphones.

Chips de IA se destacam em tarefas como treinamento de modelos de linguagem em grandes volumes de dados, exigindo uma enorme capacidade de memória para processar bilhões de cálculos simultaneamente. Isso é algo que as empresas têm buscado desde o boom da IA generativa.

Durante a apresentação na semana passada, a CEO da AMD, Lisa Su, referiu-se ao MI300X como “o acelerador mais avançado do mundo para IA generativa”. Também afirmou que a inteligência artificial será a “oportunidade de crescimento de longo prazo mais significativa e estrategicamente importante para a empresa”.


SOBRE A AUTORA

Connie Lin é jornalista freelancer e colaboradora da Fast Company. saiba mais