O LinkedIn quer usar seus dados para treinar a própria IA. Veja como evitar
Sem consentimento explícito, plataforma coleta dados dos usuários para treinar sua inteligência artificial. Saiba como desativar
Muitos usuários do LinkedIn talvez não saibam que estão permitindo que o site use seus dados pessoais e qualquer conteúdo que postem na plataforma para treinar os modelos de IA generativa da empresa.
Atualizações nos termos de uso da plataforma, que entrarão em vigor no dia 20 de novembro, vão inscrever automaticamente os usuários no compartilhamento de seus dados. Rachel Tobac, CEO da Social Proof Security, foi quem primeiro chamou a atenção para isso, através de uma publicação nas redes sociais.
“Algumas dessas mudanças são para refletir as novas atualizações de produtos e recursos no espaço de IA generativa, assim como os termos de licenciamento que permitem que nossos criadores ampliem suas marcas para além do LinkedIn”, disse Kalinda Raina, diretora de privacidade da plataforma, em um vídeo publicado no site.
A atualização vai afetar um grande número de usuários. No entanto, Raina ressaltou que a empresa está suspendendo a coleta e o uso de dados na União Europeia e na Suíça para treinar sua IA generativa, devido às rigorosas leis de privacidade dessas regiões.
Ao verificar as configurações do LinkedIn, fica claro que essas mudanças já foram implementadas. Se você preferir que suas informações e postagens não sejam usadas para treinar a inteligência artificial da empresa, desativar essa opção é simples.
COMO DESATIVAR A OPÇÃO NO COMPUTADOR
- Depois de fazer login no site do LinkedIn pelo navegador, clique em “Configurações e Privacidade”. Em seguida, selecione “Privacidade de Dados”.
- Na seção “Como o LinkedIn utiliza seus dados”, você encontrará a opção “Dados para aprimoramento de IA generativa” que estará ativada por padrão. Clique nela e desmarque o botão “Usar meus dados para treinar modelos de IA para criar conteúdos”.
- Enquanto estiver nesta seção, você também pode conferir a aba “Pesquisa de Dados”, que permite que o LinkedIn use suas informações em pesquisas sociais, econômicas e relacionadas ao local de trabalho.
COMO DESATIVAR A OPÇÃO NO APLICATIVO
- Primeiro, toque na sua imagem de perfil no canto superior esquerdo da tela e, em seguida, em “Configurações” na parte inferior.
- Acesse o menu “Privacidade dos Dados” e, depois, clique em “Dados para aprimoramento de IA generativa”. Desative a opção.
Embora os novos termos de usuário só entrem em vigor em novembro, uma página de ajuda no site indica que a coleta de dados já está ocorrendo.
“Quando o LinkedIn treina seus modelos de IA generativa, buscamos minimizar os dados pessoais nos conjuntos usados, utilizando tecnologias de aprimoramento da privacidade para removê-los”, diz a página.
Um porta-voz da empresa não especificou há quanto tempo o sistema vem coletando informações dos usuários sem que eles tenham a opção de desativar a coleta.
O LinkedIn suspendeu a coleta e o uso de dados na União Europeia devido às rigorosas leis de privacidade do bloco.
“Acreditamos que os usuários devem ter o poder de escolha sobre como seus dados são usados, por isso estamos disponibilizando a opção para desativar a coleta para o treinamento de modelos de IA usados na geração de conteúdo nos países onde isso ocorre”, afirma Greg Snapper, outro porta-voz do LinkedIn. “Estamos informando os usuários sobre essas atualizações por meio de vários canais.”
A plataforma lançou sua ferramenta de inteligência artificial em outubro do ano passado, mas expandiu seus recursos este ano. O LinkedIn Learning ainda está em fase beta, mas já oferece resumos gerados por IA e respostas automáticas para perguntas no site.
Isso preocupa muitos criadores de conteúdo que utilizam o LinkedIn para aumentar a visibilidade de suas ideias. Jornalistas e veículos de notícias (incluindo a Fast Company) usam a plataforma para promover suas matérias, e muitos executivos a utilizam como um fórum para se posicionar como líderes em suas áreas.
Os resumos de IA podem dificultar que criadores sejam devidamente reconhecidos pelo seu trabalho. Além disso, esses resumos muitas vezes não atribuem crédito ao autor original.
Rachel Tobac descobriu isso da pior forma, quando frases de sua postagem no LinkedIn, alertando sobre a coleta de dados, apareceram em uma resposta gerada logo abaixo da sua própria publicação.
A IA não deu crédito a ela pelas ideias.