Preste atenção: a próxima caixa da Barbie poderá ter sido criada com IA

A IA generativa está ajudando os designers da Mattel a criar e aperfeiçoar embalagens de uma variedade de produtos

Créditos: Adobe/ Mattel

Grace Snelling 3 minutos de leitura

A vida no mundo da Barbie está prestes a ficar ainda mais fantástica, graças ao software de IA generativa Adobe Firefly.

De acordo com Chris Down, diretor de design da Mattel, a empresa começou a oferecer a versão web do Firefly aos designers de produtos de todas as suas marcas subsidiárias no ano passado como uma ferramenta para ajudar a criar embalagens atraentes – e o resultado deve chegar às prateleiras nos próximos meses.

“A Mattel fabrica cerca de quatro mil novos brinquedos por ano e grande parte disso envolve embalagens”, afirma Down. “Há um volume muito grande de trabalho, o que nos leva a buscar ferramentas que tornem os resultados melhores, acelerem o processo criativo e proporcionem uma vantagem na produção ou execução criativa.”

Dado o volume de trabalho anual da equipe de embalagens, a Mattel queria reduzir o tempo de pré-produção e levar novos brinquedos à fase de venda mais rapidamente.

A chave para incorporar qualquer nova ferramenta de design é que os consumidores não percebam que ela foi usada.

A abordagem rigorosa do Firefly em relação às leis de direitos autorais e propriedade intelectual (o software é treinado apenas com imagens para as quais a Adobe já possui os direitos, bem como conteúdo com licença aberta e de domínio público) também o tornou uma opção mais segura para a empresa, segundo Down.

Embora nenhum designer da Mattel seja obrigado a usar o Firefly, alguns estão liderando a integração do software em seu fluxo de trabalho diário.

Até agora, o modelo tem desempenhado dois papéis principais para os designers de embalagens da empresa: ajudar a visualizar novas ideias e reduzir o trabalho extra associado às tarefas mais demoradas do Photoshop.

COMO AS CAIXAS DA BARBIE SÃO FEITAS

Digamos, por exemplo, que um designer desenvolveu uma ideia para uma Barbie cujo vestido se transforma em asas. O próximo passo seria convencer os chefes de que, com um design de embalagem marcante, crianças e adultos entenderiam o que a boneca pode fazer e iriam querer comprá-la.

Nesta fase, o designer poderia usar o Generate Image como um parceiro no processo de brainstorming. Uma vez que tivesse uma melhor noção do produto, poderia então usar os recursos do Firefly para criar um ambiente tematicamente adequado e em escala precisa para a nova Barbie.

Se a ideia fosse aprovada, ele (e sua equipe) fariam suas próprias fotografias do produto, edição e ilustração para quaisquer elementos em primeiro plano no design final da embalagem, como a boneca e seus acessórios.

As diretrizes da Mattel em torno das ferramentas de IA generativa incluem uma visão conservadora sobre a inclusão de imagens geradas por inteligência artificial nas embalagens finais.

O Firefly pode ser usado para aperfeiçoar um layout ou expandir um fundo, mas não para gerar coisas como a própria boneca ou seus companheiros humanos.

A chave para incorporar qualquer nova ferramenta de design, segundo Down, é que os consumidores não percebam que ela foi usada. “Acho que as ferramentas devem ser invisíveis e o resultado deve vir da engenhosidade dos nossos criadores.”

Mesmo na Mattel, Down admite, houve certa hesitação em adotar ferramentas de inteligência artificial, bem como um medo sobre o que elas podem significar para o futuro do design. Mas ele acredita que as ferramentas de IA generativa, neste contexto, podem ser vistas como colaboradoras, não concorrentes.

“Estava conversando com um dos meus designers de produtos e ele descreveu isso de uma maneira que achei muito convincente. Ele me lembrou de uma velha frase: 1% inspiração e 99% transpiração", diz Down.

"[Com as ferramentas de IA generativa], isso está mudando. O 1% começa a se expandir e o 99% começa a reduzir, amplificando a criatividade, comprimindo o tempo e eliminando parte do trabalho.”


SOBRE A AUTORA

Grace Snelling é colaboradora da Fast Company e escreve sobre design de produto, branding, publicidade e temas relacionados à geração Z. saiba mais