Ferramenta de dados rastreia Covid-19 pela análise de águas residuais

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O uso de dados de testagem para mapear a disseminação da Covid-19 esbarra em alguns limites. Nem todo mundo tem acesso aos testes e pessoas assintomáticas raramente se submetem à testagem. Esses e outros pontos cegos ficaram especialmente evidentes durante a recente onda da variante ômicron, que se espalhou tão rapidamente em algumas comunidades que muitas pessoas não conseguiram ser testadas, mesmo querendo.

Agora, uma nova ferramenta de dados adotada pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos pretende preencher algumas dessas lacunas. Como? Medindo os níveis de SARS-CoV-2 em águas residuais. A agência de saúde pública norte-americana atualizou recentemente seu conjunto de ferramentas de rastreamento para incluir dados do Sistema Nacional de Vigilância de Águas Residuais. A coleta desses dados começou em setembro de 2020, para ajudar a monitorar os níveis do vírus em cada comunidade.

“As pessoas infectadas com SARS-CoV-2 eliminam o vírus nas fezes, mesmo que não apresentem sintomas”, explica o porta-voz do Centro de Controle. “O vírus pode, portanto, ser detectado nas águas residuais, permitindo que a análise constante das águas detecte a presença de SARS-CoV-2 deixada tanto por pessoas com sintomas quanto pelas sem sintomas”.

A ferramenta inclui um painel online que permite ao usuário pesquisar seu estado e município, representados em um mapa interativo. Os pontos codificados por cores mostram o quanto os níveis de RNA SARS-CoV-2 aumentaram ou diminuíram em cada região nos últimos 15 dias. O mapa também permite visualizar as proporções nesse mesmo período. Os dados são provenientes de estações de tratamento de águas residuais e atualizados diariamente. 

Por enquanto, o mapa ainda está incompleto. Quem o visitar notará muitos pontos cinza, indicando que não há dados suficientes nessas áreas para se obter uma leitura adequada. Mas isso vai melhorar à medida que mais dados chegarem. A boa notícia é que já é possível ver muitos pontos azuis no mapa de porcentagem, o que indica que a prevalência do vírus diminuiu em diversas áreas nas últimas duas semanas.

Vale lembrar, no entanto, que as proporções do vírus permanecem muito altas nos Estados Unidos como um todo. A ômicron pode estar desacelerando em relação aos níveis de pico de algumas semanas atrás, mas ainda está circulando.


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