Marcas agora contam com “tradutores” para falar a linguagem da geração Z
Falar com os GenZs se tornou uma prioridade para as marcas – especialmente agora que adolescentes e jovens adultos ganham poder de compra e influência

Conectar-se com a geração Z se tornou essencial para as marcas, já que adolescentes e jovens na faixa dos 20 anos estão assumindo um papel cada vez mais importante como consumidores.
Mas falar a língua desse público é um desafio à parte. Por isso, novas empresas estão surgindo com o objetivo de “traduzir” o modo de pensar e se comunicar dos GenZs para as marcas que querem conquistar sua atenção.
Embora muitas dessas agências ainda estejam em fase inicial, o “The Wall Street Journal” aponta que esse mercado já movimenta milhões de dólares. Analistas estimam que o poder de consumo da geração Z deve saltar de US$ 9,8 trilhões em 2024 para US$ 12,6 trilhões até 2030.
Essa geração nasceu completamente imersa no mundo digital – acostumada a buscar informações, fazer compras e administrar a vida praticamente toda online.
Outro ponto fundamental é que os jovens da geração Z costumam tomar decisões com base em seus valores pessoais. Segundo um relatório da Lightspeed Commerce publicado no início deste ano, 96% afirmam que consomem de acordo com seus princípios.
“TRADUTORES” PARA AS MARCAS
A agência de marketing NightyEight – “noventa e oito”, em português, em referência ao ano em que nasceram os primeiros representantes dessa geração – desenvolve suas estratégias com base na vida real dos próprios jovens.
A empresa utiliza os insights da sua comunidade, chamada “Koi Pond”, para identificar as melhores formas de atrair e engajar o público. Segundo a agência, o propósito não é apenas “atingir a geração Z”, mas “construir o futuro do marketing junto com ela”.

A Edelman, que criou uma divisão com a mesma proposta em 2022, reforça que as marcas precisam ser mais estratégicas do que nunca para se conectar com essa geração – afinal, entre os GenZs, as tendências mudam em uma velocidade impressionante.
Em um relatório recente, a Edelman observou que “a geração Z está amadurecendo em um mundo que parece, ao mesmo tempo, se fragmentar e acelerar. Vivemos em uma sociedade sob alta pressão, marcada pelo medo e pela incerteza” – algo que os jovens percebem de forma muito intensa.
“Como consequência, a geração Z tem grandes expectativas em relação às marcas. Eles estão abertos a relações mais próximas e autênticas, mas também são mais exigentes e não perdoam quando essas expectativas não são atendidas”, conclui o estudo.
VALORES QUE DEFINEM ESCOLHAS
Essas conclusões são valiosas para as marcas que ainda não entenderam o que a geração Z realmente valoriza – mas deveriam, como alertam os analistas.
“Uma das principais características dessa geração é ter crescido em um mundo hiperconectado, onde cada curtida, compartilhamento e até mesmo uma compra refletem diretamente a identidade e os valores pessoais de alguém”, afirma Dax Dasilva, CEO da Lightspeed.
os jovens da geração Z costumam tomar decisões com base em seus valores pessoais.
“Nesse ambiente global, há uma exposição constante a causas sociais e o ativismo, a responsabilidade e a cultura do cancelamento se espalham na velocidade da luz”, completa.
Felizmente, para as marcas que ainda têm dificuldade de decifrar esse público, há uma boa notícia: os jovens da geração Z querem ser ouvidos. Segundo Celine Chai, uma das fundadoras da NightyEight, eles não só compartilham suas opiniões, como fazem isso com entusiasmo.
“Eles chegam a escrever redações inteiras”, contou ela ao “The Wall Street Journal”, se referindo às pesquisas realizadas com este grupo. “Acho que muitos nem se esforçavam tanto assim na escola.”