Quando a publicidade trans-forma 

Crédito: Fast Company Brasil

Viviane Silvestre 1 minutos de leitura

A publicidade seduz pela contradição, tão própria a nós, seres humanos. Ao mesmo tempo em que sempre esteve a serviço da manutenção de privilégios e estereótipos, condicionando a hegemonia, é talvez ela quem primeiro estampa com coragem novos pontos de vista sobre como existimos, fomentando a singularidade na cultura.

Recentemente, com o avanço da luta das pessoas trans, a narrativa publicitária também se trans-formou, incluindo representações novas sobre o que é ser homem e mulher. No dia Nacional da Visibilidade Trans, olhar para essas narrativas é um bom jeito de celebrar o avanço de cidadãs e cidadãos que historicamente foram marginalizados e que hoje, graças à luta organizada da própria comunidade, começam a ocupar com beleza a cena pública. Como pessoa trans, quero aproveitar este espaço para comentar algumas delas.

MÊS VIOLETA 

Corpos que existem para além do azul e do rosa.

Criada pela Wunderman Thompson, a campanha da Avon traz uma reivindicação importante sobre o calendário de saúde. Entre os meses outubro rosa e novembro azul é preciso que haja espaço para falar de cuidados específicos com a saúde de pessoas trans e não binárias. A reivindicação, totalmente genuína, também representa um avanço no entendimento dessas identidades pelas próprias pessoas trans, para além da fixação em matrizes cisgêneras.