Megacomputador é capaz de realizar 2 quintilhões de operações por segundo

Aurora, máquina exaescala que está sendo construída pela Intel e Hewlett-Packard, está prestes a se tornar o computador mais poderoso do mundo

Créditos: AlexSecret/ iStock/ Argonne National Laboratory

Chris Morris 3 minutos de leitura

Estamos prestes a testemunhar um enorme avanço no universo dos supercomputadores. Aurora é um computador que, quando estiver totalmente operacional, terá a capacidade de realizar dois bilhões de bilhões (ou seja, dois quintilhões) de operações em apenas um segundo. Velocidades tão incríveis poderão contribuir para descobertas científicas inimagináveis.

O sistema está sendo construído nos arredores de Chicago pela Intel e pela Hewlett-Packard. Com o tamanho equivalente a duas quadras de tênis e um peso estimado de 600 toneladas, ele será equipado com 60 mil unidades de processamento gráfico (20 mil a mais do que qualquer supercomputador conhecido atualmente).

Embora ainda esteja longe de ser concluído e não deva estar 100% em operação até o ano que vem, o Aurora já conquistou o título de segundo supercomputador mais poderoso do planeta. Ele será instalado no centro de dados do Argonne Leadership Computing Facility (ALCF).

Créditos: AlexSecret/ iStock/ Argonne National Laboratory

Mas Aurora não é o único supercomputador no horizonte. O El Capitan, que começará a operar em 2024, ficará no Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, e poderá ser ainda mais rápido. Além dele, um sistema chamado Eagle, implementado pela Microsoft em sua nuvem Azure, estreou na lista top500 de supercomputadores, ocupando a terceira posição.

Quando estiver totalmente em operação, o Aurora poderá muito bem se tornar a inteligência artificial mais poderosa do mundo, mesmo que temporariamente. Cientistas pretendem utilizar esse poder de processamento para realizar diversas tarefas, desde tornar as previsões de mudanças climáticas mais confiáveis, auxiliando no planejamento para possíveis inundações ou incêndios, até mapear conexões no cérebro humano, algo que, mesmo com os vastos recursos do supercomputador, levaria meses ou anos devido à sua complexidade.

Antes de tudo isso, porém, o Aurora ajudará a projetar e produzir baterias mais potentes e de carregamento rápido. Além disso, ele vai compilar dados de um gigantesco equipamento de raio-X para procurar pequenos defeitos nestas baterias que muitas vezes passam despercebidos pelos olhos humanos e que podem resultar em incêndio.

Supercomputadores como o Aurora são conhecidos como máquinas exaescala. O maior atualmente se chama Frontier e é capaz de realizar 1.000.000.000.000.000.000 (o mencionado quintilhão) de cálculos por segundo. Foram supercomputadores como este que ajudaram os cientistas a desenvolver medicamentos para combater a Covid-19. O Aurora, quando estiver em pleno funcionamento, terá 70% mais memória do que o Frontier.

O que chama a atenção nesses dispositivos é como eles evidenciam o quão rápida tem sido a evolução da computação. Há apenas 30 anos, um supercomputador tinha poder de processamento aproximado ao de um notebook moderno.

Quando estiver totalmente em operação, o Aurora poderá se tornar a inteligência artificial mais poderosa do mundo.

O supercomputador Summit, que fica no Laboratório Nacional de Oak Ridge, foi a máquina mais rápida do mundo em 2020 e tinha poder de computação equivalente a cerca de um milhão de notebooks. Hoje, ele é o sétimo supercomputador mais poderoso no ranking mundial.

Vale ressaltar que esse ranking é incompleto. A China, por exemplo, não publica as capacidades de processamento de seus supercomputadores exaescala. Lembrando ainda que dispositivos mais novos e maiores são montados o tempo todo.

Até Elon Musk decidiu entrar na corrida. A Tesla está investindo US$ 1 bilhão para criar um supercomputador exaescala chamado Dojo, que deve ser usado para analisar dados visuais e treinar seus sistemas de direção autônoma.

Quanto ao Aurora, embora ainda esteja longe de atingir sua capacidade máxima, pesquisadores já usaram o sistema ainda em construção para analisar 22 bilhões de moléculas de medicamentos por hora, o que pode ajudar a acelerar a descoberta de novos remédios nos próximos meses e anos.


SOBRE O AUTOR

Chris Morris é um jornalista com mais de 30 anos de experiência. Saiba mais em chrismorrisjournalist.com. saiba mais