O xadrez da indústria de tecnologia: inovar reduzindo as emissões de carbono
Três formas de administrar a crescente necessidade de energia com sustentabilidade
O Google anunciou recentemente que não afirma mais ser neutro em carbono. Por quê? Porque seu investimento em inteligência artificial aumentou as emissões além do que eles conseguem compensar. Agora, esperam alcançar a neutralidade de carbono até 2030.
Este exemplo aponta para um paradoxo emergente na área de tecnologia da informação. Como a TI pode apoiar a inovação com mais unidades de processamento gráfico (GPUs) e mais armazenamento para suas crescentes quantidades de dados, ao mesmo tempo em que reduz as emissões de carbono?
A empresa de pesquisa e consultoria Gartner prevê que, até 2025, metade dos CIOs terão métricas de desempenho atreladas à sustentabilidade da organização de TI.
Conforme as empresas fazem declarações públicas sobre a redução de emissões, os líderes de TI estão sendo encarregados de encontrar maneiras de realizar mudanças significativas, mas que não impactem negativamente os negócios.
De acordo com a Accenture, 37% das maiores empresas globais já têm metas públicas para alcançar uma pegada de carbono neutra, mas apenas 18% têm a rapidez necessária para conseguir isso a tempo de serem neutras até 2050.
No entanto, muitas empresas europeias conseguiram lidar com esse paradoxo. Um estudo de Descarbonização Digital, encomendado pelo Google, descobriu que as economias digitais mais avançadas da União Europeia reduziram as emissões de gases de efeito estufa em 25% entre 2003 e 2019, ao mesmo tempo em que aumentaram a produção econômica em 30% no mesmo período. Isso sugere que as empresas podem inovar e prosperar enquanto reduzem as emissões de carbono.
COMO LIDAR COM ESSE PARADOXO
Há três etapas que os líderes de TI podem implementar imediatamente para tomar decisões mais inteligentes, que sejam boas para os negócios e sustentáveis ambientalmente.
1. Obter informações fazendo as perguntas certas
A primeira coisa que muitas empresas estão fazendo para reduzir as emissões de carbono é eliminar o armazenamento de dados no local, terceirizando para provedores de nuvem que usam energia renovável e afirmam estar caminhando rumo à neutralidade de carbono.
Mas, como no exemplo do Google, não há garantias de que um provedor vai atingir ou manter a neutralidade de carbono. Os líderes de TI precisam entender melhor o custo de carbono do hardware que utilizam – sim, há uma pegada de carbono significativa na mineração e fabricação de discos rígidos.
Também precisam exigir transparência dos fornecedores. Sem entender o quadro completo das emissões de carbono, é quase impossível para os líderes de TI identificarem as oportunidades de redução.
2. Incluir as emissões de carbono nos contratos dos fornecedores
A única maneira de os líderes de TI obterem as informações necessárias de seu ecossistema é forçar esse nível de transparência no processo de compra. No futuro, eles terão que justificar as decisões de compra para as equipes de ESG, então essa é uma ação inteligente e voltada para o futuro.
3. Pesquisar maneiras alternativas de redução das emissões
As emissões de carbono não se referem apenas à energia. Há muitas novas tecnologias capazes de reduzir o carbono, prolongando a vida útil do hardware existente, utilizando esse hardware de forma mais eficiente e não construindo novas infraestruturas.
até 2025, metade dos CIOs terão métricas de desempenho atreladas à sustentabilidade da empresa de TI.
A Storj publicou um relatório sobre uma nova abordagem de armazenamento em nuvem que utiliza capacidade ociosa existente. O estudo detalha algumas das formas inesperadas pelas quais as emissões de carbono são geradas e apresenta um modelo acessível de redução.
Também existem associações do setor, como a Aliança de Sustentabilidade Digital, que estão ajudando os líderes de TI a navegar por essas mudanças, tomando a iniciativa de compartilhar dados acionáveis, novas pesquisas e soluções emergentes.
Embora nem todos os líderes de TI sintam a pressão para aumentar a inovação e reduzir as emissões de carbono, está claro que é uma questão de quando, e não se, isso se tornará uma exigência geral.
Antecipar-se a isso, com informação e pensamento aberto sobre diferentes maneiras de inovar com mais responsabilidade deve ser uma prioridade para os líderes de TI.
