Por que o fluxo de talentos da OpenAi para a Anthropic continua firme e forte
Cofundador da empresa entra para a lista de ex-executivos que se juntaram à startup rival
A saída de profissionais da OpenAI para a Anthropic continua. Durk Kingma é o mais novo grande nome a fazer essa transição. Na semana passada, o cofundador da empresa se juntou à startup rival, conhecida por desenvolver o chatbot de inteligência artificial Claude.
Em uma série de posts no Twitter (atual X), Kingma revelou que trabalhará remotamente da Holanda, mas não mencionou em qual equipe vai atuar – ou qual vai liderar.
“A abordagem da Anthropic para o desenvolvimento de IA se alinha bastante às minhas crenças. Estou ansioso para contribuir com a missão de desenvolver sistemas poderosos de forma responsável”, escreveu. “Mal posso esperar para trabalhar com essa equipe talentosa, que inclui vários ex-colegas da OpenAI e do Google, e enfrentar os desafios que virão!”
Kingma é doutor em aprendizado de máquina pela Universidade de Amsterdã e passou vários anos como pesquisador no Google antes de se juntar ao time fundador da OpenAI como cientista de pesquisa.
Depois de liderar a equipe de algoritmos, ele entrou para o Google Brain (que mais tarde se fundiu com a DeepMind) em 2018, onde se concentrou em modelos generativos para texto, imagem e vídeo.
O pesquisador acaba de entrar para a lista de líderes que recentemente anunciaram sua saída da OpenAI. Entre eles estão Bob McGrew, diretor de pesquisa; Barret Zoph, vice-presidente de pesquisa; e Mira Murati, CTO, que assumiu brevemente o cargo de CEO interina quando o conselho demitiu Sam Altman, em novembro do ano passado.
Agora, restam apenas três membros da equipe original que fundou a OpenAI: o CEO Sam Altman, o cientista de pesquisa Wojciech Zaremba e o presidente Greg Brockman.
Fundada em 2021 por sete ex-funcionários, a Anthropic busca se posicionar como uma alternativa mais focada em segurança. O CEO Dario Amodei, ex-vice-presidente de pesquisa da OpenAI, criou a startup após deixar seu cargo devido ao foco cada vez mais comercial da organização. E levou consigo alguns colegas, como Jack Clark, ex-líder de políticas.
Desde então, a Anthropic contratou mais de cinco ex-funcionários, incluindo o cofundador John Schulman, que saiu em agosto, e Jan Leike, ex-líder de segurança, que renunciou em maio. Muitos deles citam a segurança como o principal motivo.
Leike, que fazia parte da equipe responsável pela segurança dos futuros sistemas de IA, expressou seu descontentamento com as prioridades da liderança da antiga empresa, afirmando que essas questões chegaram a um “ponto de ruptura”.
“Nos últimos anos, a cultura e os processos de segurança ficaram em segundo plano para dar lugar a produtos mais atraentes”, escreveu ele no Twitter/ X.
O ex-cientista-chefe da OpenAI, Ilya Sutskever, que liderava a equipe de superalinhamento ao lado de Leike, também se demitiu em maio. Sutskever apoiou a breve demissão de Altman em novembro do ano passado, mas mais tarde expressou arrependimento por essa decisão.
várias dessas saídas resultaram no surgimento de grandes startups de tecnologia e concorrentes da OpenAI.
Desde sua saída, ele fundou a Safe Superintelligence e arrecadou US$ 1 bilhão para sua nova startup, que busca desenvolver uma superinteligência com um foco maior em segurança.
No início do ano, 13 ex-funcionários da OpenAI e do Google DeepMind assinaram uma carta aberta alertando que grandes empresas de inteligência artificial ignoram críticas e supervisão.
Eles destacaram uma série de denúncias de que as proteções atuais “são insuficientes” porque se concentram apenas em atividades ilegais, deixando de lado questões como a segurança da IA, que ainda não são regulamentadas. Também pediram que as empresas garantam que os funcionários não sofrerão retaliação por expor preocupações sobre riscos de maneira responsável.
Assim como a chamada “máfia do PayPal”, várias dessas saídas, como a de Sutskever, resultaram no surgimento de grandes startups de tecnologia e concorrentes da OpenAI. O ex-pesquisador Aravind Srinivas é um dos cofundadores da Perplexity, motor de busca alimentado por inteligência artificial.
A Cresta, um serviço de IA generativa para centros de atendimento ao cliente e equipes de vendas, foi fundada pelo ex-membro da equipe técnica Tim Shi, enquanto a Daedalus, que desenvolve fabricantes de precisão com a tecnologia, foi criada por Jonas Schneider, ex-líder técnico. Josh Tobin, ex-cientista de pesquisa da OpenAI, é responsável pela Gantry, empresa de infraestrutura de aprendizado de máquina.
“Existem cerca de 20 mil a 30 mil empresas [no Vale do Silício] que surgiram porque as pessoas estavam dispostas a deixar o laboratório”, afirma HP Newquist, diretor executivo do Relayer Group e historiador da IA. “É um grupo central de talentos que realmente entende como tudo isso funciona.”
No início de outubro, a OpenAI finalizou uma negociação para receber um aporte de US$ 6,6 bilhões em financiamento de investidores, que avaliaram a companhia em US$ 157 bilhões.