Por que o metaverso não pode existir sem as criptomoedas

O metaverso dependerá de criptomoedas para sobreviver, mas elas terão que esperar seu surgimento para conseguir ter sucesso como moeda

Crédito: Martin Sanchez/ Jeremy Bezanger/ Unsplash

Michael Scholz 4 minutos de leitura

As pessoas podem discutir o quanto quiserem sobre o metaverso: seria um mundo virtual ou vários? É intrinsecamente benéfico ou fadado a nos destruir? Também podem ter diversas opiniões sobre criptomoedas: é um péssimo investimento ou uma oportunidade incrível? É o futuro ou apenas uma moda passageira?

Não importa como a gente se sente em relação a esses produtos (uma vez que virtual ou não, ainda são produtos), ambos estão fazendo cada vez mais parte de nossas vidas (embora mais lentamente do que alguns esperavam) e há uma grande chance de que um deles, ou mesmo ambos, seja adotado amplamente.

Hoje, a criptomoeda já é uma realidade, mesmo sendo usada oficialmente em apenas dois países, e com a maioria das pessoas vendo-a apenas como um investimento.

Players e entusiastas esperam que as criptomoedas ganhem valor e popularidade no mundo físico e no virtual.

Por outro lado, tanto em termos de significado quanto pelas empresas que o constroem, o metaverso tecnicamente ainda é só uma ideia. Existem plataformas que oferecem elementos de como ele poderia ser, mas um mundo virtual em que as pessoas vivem, trabalham e se divertem paralelamente ao físico ainda está muito distante.

Enquanto alguns especialistas acreditam que o metaverso precisará de criptomoedas para sobreviver, o que parece mais plausível, pelo menos na realidade de hoje, é que elas ainda terão que esperar seu surgimento para conseguir ter sucesso como moeda.

Tudo pode mudar. Players e entusiastas têm grandes esperanças de que as criptomoedas ganhem valor e popularidade, tanto no mundo físico quanto no virtual.

CADA UM NO SEU QUADRADO

Já que 76% das instituições financeiras afirmam que têm planos de passar a usar criptomoedas nos próximos três anos – contanto que haja uma estrutura regulatória adequada – colocar isso em prática pode ainda ser uma tarefa assustadora, mas necessária, para a adoção em massa.

Esta é a situação atual:

Este cenário deixa claro que a criptografia e o metaverso têm uma relação mutuamente benéfica, mas não são totalmente dependentes um do outro.

Hoje, os consumidores podem comprar qualquer produto virtual nas versões iniciais do metaverso que já existem com um cartão de crédito comum. No mundo real, pelo menos por enquanto, não dá para usar criptomoedas para comprar um produto físico.

O metaverso é o marco zero para a criptomoeda, é onde as pessoas vão se sentir confortáveis em usá-la. À medida que mais gente comece a explorar estes mundos virtuais, naturalmente vai usar a moeda de cada um deles. Com o aumento de criptomoedas em suas “carteiras”, as pessoas vão comprar cada vez mais produtos virtuais. E a chance de serem incorporadas ao mundo físico aumenta.

No futuro, todas as moedas serão digitais. E a criptomoeda é exatamente isso.

O maior obstáculo para a adoção é o grande número de criptomoedas no mercado. Em última análise, isso causará um enorme atrito. Imagine cada marca usando uma moeda diferente. Isso faria com que uma simples compra se tornasse uma tarefa difícil e confusa. Não é uma experiência que os consumidores vão querer ter. 

Outra questão é que apenas algumas delas realmente têm valor. Só porque você cria uma coisa e lhe atribui um valor, não quer dizer que ela o tenha, de fato. Utilidade é o que dá valor às coisas, e algum tipo de padrão precisa ser estabelecido.

Da mesma forma que a União Europeia adotou uma moeda única, o mercado de criptomoedas precisa eliminar aquelas sem valor. O ideal seria reduzir o número para apenas uma, mas, sendo realista, menos de cinco. No entanto, sem uma diretriz, isso não acontecerá tão cedo.

O QUE VEM POR AÍ?

O metaverso é um novo e crescente canal de comunicação e comércio. Já a criptomoeda, para a maioria das pessoas, é apenas um investimento. A sofisticação e maturidade de ambos continuará baixa enquanto o ceticismo do consumidor for alto.

Alguns especialistas vão continuar argumentando que as criptomoedas nunca se tornarão populares. No entanto, dado o ritmo atual de mudança no mundo, é evidente que algo está por vir.

Basta pensar nas muitas previsões econômicas que sugerem sociedades sem dinheiro até 2030 e fica ainda mais claro que estamos caminhando nessa direção. Afinal, o que isso realmente significa é que todas as moedas serão digitais. E a criptomoeda é exatamente isso.

Como a história nos mostra, quando os consumidores decidem que querem algo, fazem praticamente qualquer coisa para colocar as mãos no que desejam. Portanto, se encontrarem um produto que consideram essencial – seja no metaverso ou no mundo físico – e que só pode ser comprado com criptomoeda, não hesitarão em converter seu suado dinheirinho para adquiri-lo.


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