Que tal essa? Um “domo de ferro” para matar mosquitos com IA e laser
O dispositivo consegue identificar e fulminar até 30 mosquitos por segundo, com localização por IA e pulsos de laser

Imagine pedir um “domo de ferro” (alusão ao sistema de defesa antimísseis de Israel) para mosquitos. É mais ou menos isso que promete o Photon Matrix, uma caixa preta do tamanho de um smartphone capaz de detectar, rastrear e eliminar mosquitos em pleno voo usando um sistema de laser guiado por inteligência artificial.
Segundo o engenheiro chinês Jim Wong, criador do aparelho, o dispositivo consegue identificar e fulminar até 30 mosquitos por segundo, com pulsos de laser calibrados para desintegrar esses insetos incômodos – e potencialmente letais – sem oferecer risco a pessoas ou animais de estimação.
Em vídeos que viralizaram no TikTok e no Instagram, Wong mostra o protótipo em ação. Na página de financiamento coletivo no Indiegogo, ele explica que o sistema já consegue “identificar e atingir mosquitos com velocidade de voo de até um metro por segundo e tamanho característico entre dois e 20 milímetros”.
O raio de ação também inclui outros insetos voadores lentos, como moscas de areia e drosófilas – basicamente, tudo o que é pequeno, lento e irritante o bastante para merecer ser vaporizado.
CLIMA, VÍRUS E LASERS
A invenção surge em um momento em que espécies transmissoras de vírus, como as responsáveis pela dengue e pela zika, expandem seus territórios para latitudes não tropicais por causa das mudanças climáticas.
Estados Unidos, Europa e outras regiões já enfrentam a ameaça crescente de doenças antes restritas a áreas tropicais, como o Brasil, onde só no primeiro semestre de 2025 foram registrados mais de 1,2 milhão de casos de dengue.
Por trás do Photon Matrix está a combinação entre o avanço de hardware acessível e o poder da visão computacional para reconhecer objetos em tempo real. O sistema distingue mosquitos de partículas de poeira ou ruídos do sensor analisando padrões de movimento.
Para fazer isso, usa um módulo LiDAR (sensoriamento remoto por luz), que dispara milhares de pulsos de laser e cria um mapa 3D do ambiente. Ao encontrar algo no ar, calcula distância, orientação e tamanho do alvo em até três milissegundos e aciona o laser – fatal para o inseto, mas inofensivo para humanos e pets.
O protótipo atual funciona com insetos que voam a menos de um metro por segundo, o que inclui a maioria dos mosquitos (que chegam a 0,9 m/s) e moscas pequenas, mas não moscas domésticas, bem mais rápidas.
O modelo básico monitora um ângulo de 90º com alcance de três metros; já a versão profissional dobra esse raio para seis metros. Ambos podem operar em ambientes totalmente escuros e são alimentados por tomadas USB ou baterias portáteis, com autonomia de oito a 16 horas.
UM ARSENAL PARA MATAR MOSQUITOS
O Photon Matrix é mais uma arma no arsenal crescente contra os mosquitos – um inimigo que a humanidade tenta derrotar há séculos. A maioria das soluções aposta em modificações genéticas para frear a reprodução, mas nenhuma é 100% eficaz.
Por isso, especialistas defendem o combate multifrontal, que combine barreiras físicas, armadilhas, monitoramento epidemiológico, repelentes e agora, talvez, lasers domésticos.

Wong admite que o preço é hoje o maior obstáculo: os custos de produção e venda ainda são altos, mas podem cair com a fabricação em larga escala. Segundo ele, investidores já demonstraram interesse em construir o Photon Matrix em grande volume.
A pergunta que fica é: vai funcionar mesmo? Se os vídeos não mentirem, em breve esse “domo de ferro” pode estar ao alcance de mais pessoas – pronto para vaporizar cada mosquito que ousar invadir o seu quarto.
Com informações da Fast Company Brasil