Um guia de alternativas para quem está pensando em sair do Twitter

Desde os recém-lançados Substack Notes e T2 até os próximos lançamentos da Meta e do ex-CEO do Twitter Jack Dorsey

Créditos: kjpargeter/ Freepik/ PrinPrince / iStock

Chris Morris 4 minutos de leitura

Cinco meses e meio depois de Elon Musk assumir o comando do Twitter, as críticas à plataforma só aumentam. 

Após diversos episódios que tiveram repercussão negativa – como o bilionário ter afirmado que a rádio pública norte-americana NPR é uma “mídia afiliada ao Estado”, o Twitter ter bloqueado o Substack e os relatos de que o alcance de mídias estatais controladas pela China ou pela Rússia não está mais sendo limitado –, mais pessoas estão considerando abandonar a rede social.

A pergunta é: para onde essa gente toda irá? Bem, há uma nova leva de plataformas para postagens curtas surgindo, algumas delas criadas por nomes conhecidos. Aqui estão algumas empresas que já lançaram alternativas ao Twitter, além de outras que ainda estão por vir.

SUBSTACK

Apenas alguns dias depois que o Twitter começou a marcar os links do Substack como “inseguros”, a plataforma lançou o Notes, um novo recurso para posts curtos que lembra o feed da rede rival. Com ele, os usuários podem compartilhar links, imagens, pensamentos e trechos de postagens. A empresa reconhece que ainda é uma versão inicial do produto e espera que haja alguns bugs e imperfeições.

Crédito: Substack

O site tem duas abas: home e subscribed. A aba subscribed exibe apenas as contas que você segue. Já a home, traz também recomendações do Substack.

O visual é bem parecido com o do Twitter, mas se você quiser ver os notes de alguém, aparentemente terá que também seguir a newsletter dessa pessoa. Isso pode ser uma vantagem para usuários avançados ou para quem tem muitos seguidores na plataforma, pois pode aumentar ainda mais o seu alcance.

Por que vale a pena experimentar: o Substack tem uma forte comunidade de escritores, que pode apresentá-lo a novas ideias em um ambiente apartidário.

MASTODON

Lançado em 2016, o Mastodon conquistou uma base de usuários leais. Em apenas um mês, o número de usuários ativos subiu de 300 mil para 2,5 milhões. Embora a empolgação inicial tenha diminuído, ainda é uma alternativa popular ao Twitter.

Crédito: Mastodon

De acordo com um relatório da empresa de inteligência móvel e de TV 42matters publicado em fevereiro, “embora o Mastodon não tenha alcançado um volume de usuários suficiente para se estabelecer como uma ameaça legítima ao Twitter, ainda é um dos novos concorrentes mais fortes da plataforma.”

Seu design descentralizado torna a plataforma mais democrática, mas sua interface não é tão fácil de entender quanto a do Twitter. Em vez de todos os usuários estarem em um único feed, é necessário selecionar um servidor para participar. No entanto, você pode mudar quando quiser e ainda seguir e interagir com pessoas em outros servidores.

Por que vale a pena experimentar: se você está procurando uma comunidade, provavelmente encontrará uma que atenda aos seus interesses, especialmente para grupos sub-representados.

T2

O T2 (que deve mudar de nome em algum momento) está aproveitando as controvérsias em torno do selo de verificação azul do Twitter para construir sua marca.

Crédito: T2 Social

A empresa lançou o processo de verificação “Get the Checkmark” (obtenha o selo de verificação), que permite que usuários verificados do Twitter solicitem um selo do T2 por meio de um formulário. Além disso, contratou Michael Greer, ex-diretor sênior de engenharia da Discord, como seu diretor técnico.

Desenvolvida por ex-funcionários do Google e do Twitter, a plataforma ainda está em fase beta fechada. Ela tem um foco na moderação, com inteligência artificial e humanos revisando as publicações. O site atualmente é uma versão simplificada do Twitter, suportando postagens curtas, respostas e imagens e permitindo seguir outras contas.

Por que vale a pena experimentar: existem vários usuários verificados no T2 (incluindo a Fast Company). Portanto, você não precisa ficar na dúvida se a conta que está seguindo é autêntica ou um troll.

P92, DA META

Mark Zuckerberg e sua empresa não falaram muito sobre seus planos, mas diversos meios de comunicação afirmam que a Meta está trabalhando em um projeto independente com o codinome “P92”, que seria um aplicativo de mídia social baseado em texto.

Segundo relatos, os usuários supostamente poderão fazer login com suas contas do Instagram. O próprio CEO do Instagram, Adam Mosseri, estaria supervisionando o projeto. No entanto, não há previsão para o lançamento.

BLUESKY

O Bluesky, rede social descentralizada liderada pelo fundador do Twitter, Jack Dorsey, está envolto em mistério.

Crédito: Bluesky

Ele foi lançado em 2021, logo após o Twitter banir Donald Trump. A ideia era criar uma plataforma com um modelo de governança descentralizado e, de certa forma, mais parecido com o e-mail.

“Não o descrevemos como uma rede social federada, P2P ou mesmo como uma rede blockchain, porque ele não se enquadra totalmente em nenhuma dessas categorias”, explicou o grupo em uma postagem no dia 6 de abril de 2022. “Nossa equipe desenvolveu protocolos web descentralizados e redes blockchain e está trabalhando para transformar tudo isso em algo novo.”

Recentemente, os desenvolvedores revelaram que um beta privado deverá ser lançado em “alguns meses” e abriram uma lista de espera para pessoas que queiram testá-lo.


SOBRE O AUTOR

Chris Morris é um jornalista com mais de 30 anos de experiência. Saiba mais em chrismorrisjournalist.com. saiba mais