Você guarda tudo no celular? Descubra sinais da Síndrome do acumulador digital

O distúrbio moderno leva milhões a acumularem documentos virtuais por medo de perder memórias

Celular organizado, planilhas e outro cheio de fotos
A intervenção terapêutica é indicada quando o comportamento interfere nas atividades diárias ou causa sofrimento psicológico. Crédito: imagem criada com auxílio de IA via ChatGPT.

Guynever Maropo 2 minutos de leitura

Na era digital, tirar fotos, salvar mensagens e armazenar documentos no celular se tornou parte da rotina. Porém, quando o excesso de arquivos começa a ocupar todos os espaços e a gerar desconforto, é preciso atenção à Síndrome do Acumulador Digital

Esse distúrbio cada vez mais comum que reflete a dificuldade de se desapegar do conteúdo virtual e pode causar impactos emocionais e cognitivos significativos.

O que é a Síndrome do Acumulador Digital?

De acordo com a Los Angeles Outpatient Center, a Síndrome do Acumulador Digital é um comportamento compulsivo em que o indivíduo sente necessidade constante de armazenar conteúdo virtual, temendo perder informações, lembranças ou documentos importantes. Essa desordem se manifesta pela dificuldade em apagar arquivos, manter organização e lidar com a sensação de vazio ao deletar algo.

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Quais são os principais sinais da síndrome?

Entre os sintomas mais frequentes estão:

  • Ansiedade ao excluir arquivos;
  • Procrastinação para organizar pastas e fotos;
  • Apego emocional a conteúdos digitais;
  • Dificuldade em decidir o que manter;
  • Compulsão por criar backups repetidos.

A desordem afeta a rotina e a concentração, além de sobrecarregar os dispositivos com dados desnecessários.

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Por que as pessoas desenvolvem a Síndrome do Acumulador Digital?

Segundo a psicóloga Dr. Linda Henkel, da Universidade de Fairfield, em um dos primeiros estudos sobre o tema publicado em 2023, fotografar excessivamente pode prejudicar nossa capacidade natural de formar memórias duradouras – um fenômeno conhecido como “efeito de deterioração da foto”.

1. Medo do esquecimento: o uso da tecnologia como “memória externa” cria dependência da nuvem e reduz a confiança na própria lembrança.

2. Aversão à perda: o cérebro reage mais intensamente à perda de um arquivo do que ao prazer de liberar espaço.

3. Busca por recompensa: cada novo item salvo ativa a liberação de dopamina, reforçando o ciclo compulsivo de armazenamento.

Quais são as consequências psicológicas do acúmulo digital?

A Síndrome do Acumulador Digital pode causar sintomas semelhantes aos do transtorno de ansiedade generalizada. Entre os efeitos mais comuns estão:

  • Estresse cognitivo e sensação de sobrecarga;
  • Irritabilidade e insônia;
  • Dificuldade de foco e produtividade;
  • Isolamento social por vergonha do descontrole digital.

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Como identificar se a síndrome está presente?

Um dos sinais mais evidentes é a presença de milhares de fotos, vídeos e documentos acumulados sem categorização. A pessoa evita apagar, justifica cada arquivo e sente desconforto físico ao tentar deletar.

Em casos mais severos, há comprometimento emocional e impacto na vida profissional.

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Como lidar com a Síndrome do Acumulador Digital?

  • Aplicar a técnica dos “três filtros” antes de salvar qualquer arquivo (utilidade, relevância e originalidade);
  • Estabelecer rotinas semanais de limpeza digital;
  • Definir limites de armazenamento;
  • Usar aplicativos de organização automática, como Google Photos ou Gemini Photos;

SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais