WhatsApp é seguro? Não, segundo ex-chefe de segurança da empresa

O processo contra Meta expõe disputa sobre privacidade no WhatsApp

Segundo Attaullah Baig, mais de mil engenheiros tinham acesso total a dados pessoais de usuários, sem mecanismos de auditoria que permitissem rastrear movimentações ou identificar possíveis roubos de informações. Crédito: imagem criada com auxílio de IA via ChatGPT.
Segundo Attaullah Baig, mais de mil engenheiros tinham acesso total a dados pessoais de usuários, sem mecanismos de auditoria que permitissem rastrear movimentações ou identificar possíveis roubos de informações. Crédito: imagem criada com auxílio de IA via ChatGPT.

Gabriel Nassif 1 minutos de leitura

A Meta foi processada por Attaullah Baig, ex-chefe de segurança do WhatsApp. O ex-executivo acusa a empresa por ignorar falhas sistêmicas de segurança cibernética que colocariam em risco a privacidade de bilhões de usuários.

De acordo com reportagem do The New York Times, na ação judicial, Baig também afirma ter sofrido retaliação após relatar os problemas a líderes da empresa, incluindo o CEO Mark Zuckerberg. O processo foi apresentado no Tribunal Distrital do Norte da Califórnia no último dia 8 de setembro.

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Falhas internas relatadas

Segundo Attaullah Baig, mais de mil engenheiros tinham acesso total a dados pessoais de usuários, sem mecanismos de auditoria que permitissem rastrear movimentações ou identificar possíveis roubos de informações.

O ex-executivo apontou ainda a ausência de um centro de operações de segurança 24 horas adequado ao porte do WhatsApp e falhas no monitoramento de acessos e no inventário de sistemas que armazenam dados.

Embora não tenha citado vazamentos confirmados, Baig argumenta que as falhas expunham a empresa a riscos regulatórios e a possíveis violações de acordos com a Comissão Federal de Comércio (FTC).

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Acusações de retaliação

Baig afirmou ainda que, após notificar os superiores em 2021, recebeu avaliações negativas e críticas de desempenho. O executivo relatou o caso à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) e enviou duas cartas a Zuckerberg pedindo providências.

Em fevereiro de 2025, a Meta o demitiu durante uma rodada de cortes que reduziu em 5% o quadro de funcionários. O processo sustenta que o momento e as circunstâncias da demissão demonstram uma ligação direta com as denúncias de Baig.

Posição da Meta

Em resposta, a Meta negou as acusações e afirmou que Baig foi desligado por mau desempenho. A empresa declarou que ex-funcionários insatisfeitos costumam apresentar alegações distorcidas e reforçou que tem orgulho de seu histórico na proteção da privacidade dos usuários.

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SOBRE O AUTOR

Jornalista, com experiência em produção de matérias e conteúdos multiplataforma. Atuou em veículos independentes e comunitários, além ... saiba mais