Tech For Good veio para ficar
Participo do festival South by Southwest desde 2014. Minhas trilhas no evento sempre são voltadas para impacto social e diversidade. Neste ano, foi realmente interessante ver como esses temas passaram a ser discutidos por todos os conteúdos do evento. Finalmente o Tech For Good veio para ficar. Ou seja, essa tecnologia voltada para impactar positivamente e transformar a sociedade para melhor, baseada conceitualmente em cinco pilares: educação, saúde, diversidade, sustentabilidade e longevidade. Ao mesmo tempo que as discussões foram em torno da inteligência artificial generativa, de forma análoga, a tendência de humanização ganha aderência e força.
Nessa edição também tive a experiência de participar como palestrante pela primeira vez. No painel From Brazil to the World: Smart Agribusiness to Save Lives, a empreendedora Roberta Suplicy trouxe à tona casos de sucesso de como salvar vidas na indústria do agronegócio, com destaque para alimentação saudável. Ficou comigo a responsabilidade de debater a dicotomia que vivemos no Brasil: de um lado 9 milhões de desempregados, do outro, estima-se que 180 mil vagas abertas em carreiras voltadas para tecnologia. 80% delas não são preenchidas por falta de educação tecnológica.
O ponto aqui é como vamos fazer a ponte entre os milhões de brasileiros invisíveis, vulneráveis sociais e digitais, para que possamos não só realizar essa transformação digital no agronegócio, mas também ocupar essas vagas com diversidade, gerando impacto social positivo para sociedade e transformando vidas.
Outro destaque emocionante desta edição do festival foi o painel sobre “Soluções habitacionais inovadoras para atender a população de baixa renda”. O painel Housing Innovation for the Base of the Pyramid trouxe ideias para melhorias habitacionais nas favelas, buscando gerar inclusão social e diminuição da pobreza. Edu Lyra, representando o Gerando Falcões, destacou o projeto revolucionário Favela 3D, digna, digital e desenvolvida.
Deixo aqui uma frase dele para lembrar que para ter um mundo melhor é necessário a nossa participação ativa e responsabilidade social. “O contrário da pobreza não é riqueza, é dignidade. Precisamos colocar a pobreza no museu antes de ocupar Marte. Enquanto muitos estão na corrida espacial, eu estou na corrida social”.