14 livros para ler neste Dia da Consciência Negra

Confira essas obras de autores negros para celebrar o feriado nacional

Jovem negra lendo livros em biblioteca
A leitura de autores negros é uma otim ferramenta para entender a história da população negra do Brasil. Créditos:Freepik.

Guynever Maropo 6 minutos de leitura

Há um ano o Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, foi reconhecida como feriado nacional em todo o Brasil, celebrando oficialmente a memória de Zumbi dos Palmares.

Essa data reflete sobre o peso da história colonial do país e as contribuições centrais da população negra na construção da identidade nacional.

A leitura de autores negros é uma otim ferramenta para entender a história da população negra do Brasil. Por meio de suas vozes, surge a possibilidade de conexão com ancestralidades, identidades e realidades que nem sempre estão representadas nos currículos escolares convencionais.

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14 livros para entender a herança negra no país

1. Notas de Escurecimento – Contos de Escrevivência, Plínio Camillo

Plínio Camillo constrói nove contos com a ideia de “escrevivência”, entrelaçando experiência pessoal e narrativa para retratar a vida negra. A linguagem é sensível e simbólica, revelando memórias, traumas e alegrias que ecoam a cultura negra. A coletânea convida o leitor a imergir em perspectivas pouco contadas e altamente evocativas.

2. As Aventuras de Aduke – Origens, Eliane Benício

Aduke descobre sua ancestralidade africana por meio de memórias familiares, geografia e histórias transmitidas pela mãe. A autora infantil Eliane Benício trabalha identidade, pertencimento e valorização cultural com leveza. As ilustrações de Ilana Polakiewicz enriquecem a narrativa e facilitam a conexão da criança com suas raízes.

3. Chupim, Itamar Vieira Junior (coautoria com Manuela Navas)

Itamar Vieira Junior e a artista plástica Manuela Navas criam uma narrativa poética e crítica sobre a infância no campo, sonhando e trabalhando. A prosa desmonta a ideia de que a infância negra é simples ou isenta de duras realidades. O livro reflete sobre trabalho, ancestralidade e a imaginação de crianças negras que vivem em mundos periféricos e, ao mesmo tempo, carregados de ancestralidade.

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4. Sopro dos Deuses, Fábio Kabral

Uma fantasia épica inspirada na mitologia afro-brasileira sobre jovens guerreiros como Kayin e Ainá enfrentam espíritos malignos e se reencontram com seus ancestrais. A narrativa combina batalhas, magia, mitos de orixás e dilemas morais. Com riqueza simbólica, o autor mostra que a força do passado alimenta a esperança e a luta no presente.

5. O Mundo Depois de Nós, Rumaan Alam

Rumaan Alam apresenta um thriller tenso ambientado em uma casa isolada em Long Island, onde duas famílias negras ultrapassam limites de confiança após um blackout. A obra levanta questões éticas sobre raça, privilégio e a verdadeira atitude moral diante do caos. A narrativa se intensifica com reflexões sobre sobrevivência, preconceito e responsabilidade coletiva.

6. Alguma Coisa, Algum Dia, Amanda Gorman (ilustrações de Christian Robinson)

A poetisa Amanda Gorman e o ilustrador Christian Robinson oferecem uma leitura esperançosa: pequenos gestos de união podem provocar grandes mudanças. Apoiando-se em empatia, sonho e ação coletiva, a obra infantil é um convite à transformação social. A linguagem delicada reforça que a esperança é uma força viva, presente nos atos mais simples.

7. Quando Me Descobri Negra, Bianca Santana

Bianca Santana explora identidade, racismo estrutural e autoestima em crônicas que revelam a construção da negritude feminina. A autora usa a própria história para mostrar como se tornar consciente de si mesma e do mundo pode ser doloroso, mas também libertador. A leitura dialoga com a experiência social e política de mulheres negras, oferecendo inspiração para reflexões profundas.

8. O Genocídio do Negro Brasileiro, Abdias Nascimento

Abdias Nascimento denuncia o racismo estrutural e histórico por meio de uma análise contundente da opressão nacional. O autor politiza o debate sobre violência institucional e invisibilidade da população negra. A obra é um chamado à consciência política e social, mostrando que a luta antirracista exige ação, memória e resistência contínuas.

9. Pequeno Manual Antirracista, Djamila Ribeiro

A filósofa Djamila Ribeiro expõe, em capítulos breves, os fundamentos do racismo, da negritude e da branquitude. Ela oferece reflexões práticas para assumir responsabilidade e promover transformações no cotidiano. O manual combina teoria e ação, instigando o leitor a se engajar na construção de uma sociedade mais justa.

10. Racismo Linguístico: Os Subterrâneos da Linguagem e do Racismo, Gabriel Nascimento

Gabriel Nascimento analisa como a linguagem reproduz racismo invisível e estrutural no Brasil, mostrando que a discriminação racial também opera por meio da fala e dos padrões linguísticos. Ele destaca contribuições de pensadores negros para repensar a linguagem dominante. A obra é uma ponte entre linguística e estudos raciais, fundamentando debates essenciais.

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11. Medo da Consciência Negra, Lewis R. Gordon

O filósofo Lewis R. Gordon investiga as raízes do medo social da emancipação negra. Ele distingue entre uma “consciência negra” ativa, capaz de transformar, e uma percepção passiva de opressão. Por meio de filosofia, história e política, o autor mostra como esse medo molda estruturas de poder e limita ações antirracistas.

12. Crítica da Razão Negra, Achille Mbembe

Achille Mbembe realiza uma profunda análise teórica da negritude no mundo contemporâneo. Ele reflete sobre a modernidade, a economia global e como a raça negra foi historicamente objeto de exploração. A obra convida à reconstrução do pensamento político, desafiando paradigmas raciais e propondo uma nova visão de liberdade e identidade.

13. Pele Negra, Máscaras Brancas, Frantz Fanon

Frantz Fanon examina a construção psicológica da negritude sob o olhar colonial, argumentando que a opressão se internaliza na forma de uma “máscara branca”. Ele aplica a psicanálise para revelar cicatrizes identitárias que atravessam gerações. A leitura provoca uma desconstrução da autoestima colonizada e abre caminho para a libertação das identidades negras.

14. Na Minha Pele, Lázaro Ramos

Lázaro Ramos narra sua trajetória pessoal e profissional, atravessando temas de raça, discriminação e representatividade. Ele compartilha desafios da infância, do racismo cotidiano e de crescer em espaços predominantemente brancos. A obra inspira a valorização da própria história e a compreensão da negritude como força transformadora.

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Esses títulos formam um repertório essencial para celebrar o Dia da Consciência Negra, conectando leitoras e leitores às lutas, raízes e esperanças da população negra. Através da leitura desses escritores, cria-se uma compreensão mais profunda da história social e cultural, estimulando o pensamento crítico e a empatia.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais