3 dicas para você demonstrar sua inteligência na próxima reunião
Pode soar contraintuitivo, mas todo mundo precisa se preparar para parecer inteligente em situações espontâneas
Você pode até ser muito inteligente, mas demonstrar isso no calor do momento pode ser um grande desafio. É o que acontece, por exemplo, quando você é chamado inesperadamente para uma reunião.
A grande barreira para se comunicar de forma eficaz e parecer inteligente é o fato de que todos nós ficamos nervosos, explica Matt Abrahams, autor do livro "Think Faster, Talk Smarter: How to Speak Successfully When You’re Put on the Spot (Pense mais rápido, fale de forma inteligente: como falar com sucesso em situações difíceis) e apresentador do podcast Think Fast, Talk Smart.
"A ansiedade é humana e ela faz parte de quem somos", diz ele. "Sempre que nos colocamos em evidência, arriscamos a nossa reputação. Se fizermos algo ruim, nosso prestígio pode diminuir."
Em vez de confiar no acaso quanto ao seu desempenho, Abrahams afirma que há táticas que você pode praticar e que podem ajudá-lo a parecer mais competente na sua próxima reunião.
PARTA DA MEDIOCRIDADE
Para reduzir a ansiedade, você precisa deixar de lado a necessidade de ser perfeito na hora de se comunicar. "Queremos sempre dar a resposta certa, ou o melhor feedback, ou ser a pessoa mais interessante em uma roda de conversa", observa Abrahams. "Mas a realidade é que não existe um único jeito de fazer nada disso."
O autor dá palestras sobre comportamento empresarial na Graduate School of Business da Universidade de Stanford e diz aos estudantes que o objetivo deve ser potencializar a mediocridade.
Em vez de focar em si mesmo ou em dar a resposta certa, se concentre nas pessoas com quem está falando.
"Os alunos ficam de boca aberta porque ninguém nunca disse a eles para fazer isso. A questão é que, quando você coloca muita pressão sobre si mesmo para fazer o que é certo, acaba dificultando as coisas."
Pense que a carga cognitiva de seu cérebro é como a de um computador. "Se o seu laptop ou telefone tem muitos aplicativos em execução, ele fica mais lento", diz ele.
"Seu cérebro funciona da mesma forma. Se estou me julgando e me avaliando de maneira exagerada porque quero que tudo dê certo, tenho menos liberdade para realmente fazer funcionar. Diminua um pouco as exigências."
BUSQUE CONEXÃO
Em vez de focar em si mesmo ou em dar a resposta certa, Abrahams recomenda que você se concentre nas pessoas com quem está falando. “É uma questão de conexão, não de perfeição", explica.
"A comunicação tem tudo a ver com experiência compartilhada, com cooperação e com encontrar pontos de convergência. Aliás, a definição de comunicação é 'tornar comum'. Quando você se preocupa com isso, em vez de tentar fazer tudo certo, alivia a pressão sobre si mesmo."
As pessoas costumam tagarelar quando estão nervosas, mas isso faz com que o público deixe de prestar atenção.
Entenda as necessidades do público e diga o que ele precisa ouvir. Frequentemente tendemos a falar demais, especialmente se somos apaixonados pelo que sabemos. Mas pense no que é relevante e nas posturas e resistências do grupo.
"Talvez você esteja se expressando em um nível inadequado. Todos já passamos por situações em que alguém chega falando num nível muito acima ou muito abaixo do necessário. Precisamos refletir sobre o público e sobre o que ele já sabe."
ESTRUTURE SEU DISCURSO
Quando nos fazem uma pergunta improvisada, a tendência é começar a listar as informações que vêm à cabeça. As pessoas costumam tagarelar quando estão nervosas, mas isso faz com que o público deixe de prestar atenção, diz Abrahams.
O cérebro é programado para ter uma estrutura e procurar um começo, um meio e um fim. Se você estruturar seu discurso, sua resposta tende a soar mais inteligente.
Um exemplo de estrutura é "problema, solução, benefício". Comece com o problema ou a oportunidade, dê ideias de como resolvê-lo ou tirar proveito dele e compartilhe os benefícios de adotar sua abordagem.
Essa estrutura se concentra no objetivo. Outras estruturas incluem "comparar e contrastar", "passado, presente e futuro" e "informação, emoção e ação".
"Não mate seu público de tédio com mil desdobramentos", aconselha Abrahams. "Se eu estiver apenas listando informações, vou transformar isso tudo em um quebra-cabeça para você montar. Mas, se aproveitar uma estrutura, vou facilitar o seu processamento. Minha mãe tem um ditado que diz: 'me diga que horas são, não me faça o relógio inteiro". Muitos de nós somos construtores de relógios".
Agrupar as informações facilita a compreensão do seu ponto de vista. Quando você simplifica as coisas para o público, se mostra mais inteligente.
A ironia da fala espontânea é que você precisa se preparar. "Um atleta, quando está jogando, está agindo espontaneamente, mas ele conta com técnicas, práticas e exercícios. É a mesma coisa: a única maneira de melhorar a comunicação é por meio da repetição, da reflexão e da prática."