3 razões mais comuns que fazem os melhores funcionários deixarem a empresa

Em geral, elas têm a ver com o relacionamento entre o trabalhador e seu chefe

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Elena Rezanova 3 minutos de leitura

Como estrategista de carreira, tenho trabalhado com profissionais ambiciosos e responsáveis nos últimos 15 anos. Eles me procuram quando começam a pensar sobre o futuro de suas carreiras. 

Geralmente, estão tentando decidir se devem continuar ou sair do emprego atual. E, embora as circunstâncias de cada um sejam únicas, observei que existem algumas semelhanças que fazem as pessoas mais talentosas quererem sair.

Se você é um empregador e está se perguntando por que seus melhores funcionários estão saindo, aqui estão algumas possíveis razões:

1. A qualidade do relacionamento com o chefe

A liderança tem um papel crucial na determinação da experiência de trabalho de um funcionário. Os que ficam, muitas vezes o fazem por conta do apoio e do bom relacionamento que têm com seu chefe direto. Seus melhores funcionários muitas vezes sairão porque não se sentem valorizados e não veem perspectivas de desenvolvimento dentro da empresa.

Como disse um gerente de marketing: "entrei cheio de entusiasmo, pronto para contribuir e crescer. Mas parece que esbarrei em uma parede. Meu gerente direto mal reconhece minhas ideias, quanto mais minha presença. Dá desânimo."

Quando os chefes acreditam nas capacidades e no potencial de seu time, os funcionários têm mais probabilidade de se destacarem. Isso porque as pessoas se elevam, ou caem, ao nível em que seus superiores acreditam que elas são capazes. 

Uma empresa pode investir em estratégias caras para reter talentos de ponta. No entanto, se esse talento escolhe ficar ou sair muitas vezes depende do relacionamento com uma pessoa que impacta significativamente sua experiência no trabalho.

2. Não poder ser sincero (e vulnerável)

"Quando percebi que estava esgotado, tentei resistir até o último momento mas, finalmente, compartilhei isso com meu chefe", disse um gerente que experimentou esgotamento severo após cinco anos entregando ótimos resultados. 

"O que ouvi em resposta foi: 'então talvez você não seja adequado para esse cargo.'” Ele acabou deixando a empresa não apenas por causa dessa conversa, mas acredito que ela desempenhou um papel significativo.

A segurança psicológica no trabalho significa que as pessoas se sentem seguras para se expressar sem se preocupar em ter problemas. Ou seja, um clima no qual os indivíduos se sentem à vontade para ser eles mesmos e assumir riscos pessoais.

Quando as pessoas se sentem seguras, estão mais dispostas a correr riscos e experimentar coisas novas, mesmo com a possibilidade de falhar.

Sem esse sentimento de segurança, elas podem se apegar ao que sabem e nunca tentar expandir suas habilidades ou tentar algo novo, porque têm medo de falhar. É preciso promover uma cultura na qual todos se sintam bem em tentar evoluir – ou os melhores vão procurar outro lugar que lhes dê essa oportunidade.

3. Não poder trabalhar da maneira desejada

Os melhores funcionários também sairão se alguém ficar toda hora querendo ensiná-los como fazer seu trabalho, se tiverem pouca autonomia e se tiverem que lidar com microgerenciamento regularmente.

Permitir que seus funcionários criem sua própria maneira de trabalhar significa permitir que escolham como fazer suas tarefas de acordo com seus pontos fortes e interesses. É como dizer: "acredito em você para encontrar a melhor maneira" e depois dar espaço para fazerem o que precisam.

Não se trata apenas de deixá-los mais felizes, mas também de obter melhores resultados. Quando os funcionários podem adicionar seu toque pessoal ao trabalho, tornam-se mais envolvidos, criativos e bem-sucedidos.

Já vi muitos casos em que as pessoas ficaram mais felizes "reinventando" seu trabalho. Por exemplo, havia uma executiva de vendas que sentia que seu cargo carecia de criatividade e não aproveitava completamente seus pontos fortes na construção de relacionamentos com clientes. 

Provavelmente, sua única opção seria mudar de cargo ou de empresa. Mas, com o apoio de seu chefe, ela adotou uma abordagem mais personalizada para as interações com o cliente. Funcionou bem: ela se sentiu mais satisfeita com o trabalho e seus clientes também ficaram mais felizes.

Ao evitar esses três erros, um bom líder estará criando um ambiente de trabalho que beneficia tanto a organização quanto os funcionários. Quem não quer isso?


SOBRE A AUTORA

Elena Rezanova é especializada em estratégia de carreira. saiba mais