3 tendências em recrutamento de talentos para ficar de olho em 2023

A relação entre saúde mental e saúde corporativa é uma das principais questões a serem observadas este ano

Crédito: Istock

Jess Elmquist 4 minutos de leitura

Vou te contar um segredo sobre 2022: esse foi o ano em que os problemas de RH passaram a ser encarados como problemas de negócios. E, com isso, veio uma série de perguntas:

  • O que a nova geração de talentos busca em um emprego?
  • Os funcionários desejam ter mais controle sobre suas carreiras?
  • Existe uma correlação entre saúde mental e lucro?

Sem dúvida, a resposta para as duas últimas perguntas é “sim”. 

Sempre que me encontro com líderes de RH, a prioridade deles é navegar por essas incógnitas e tentar prever o que está por vir em 2023.

Então, gostaria de compartilhar algumas ideias sobre aquelas que prevejo serem as questões mais críticas do ano.

SAÚDE MENTAL = SAÚDE CORPORATIVA

A ligação entre esses dois fatores finalmente foi reconhecida e, melhor ainda, comentada. O assunto vai continuar rendendo. As empresas vão enfrentar dificuldades financeiras se não derem à saúde mental de seus funcionários a atenção que merece.

Segundo a McKinsey, se as empresas tornarem seus serviços de saúde mental mais acessíveis e intervirem no local de trabalho para melhorar o bem-estar, esses investimentos proporcionarão melhorias reais nos resultados dos funcionários – e, consequentemente, no desempenho da empresa.

As empresas vão enfrentar dificuldades financeiras se não derem à saúde mental de seus funcionários a atenção que merece.

Os millennials e a geração Z têm se mostrado mais dispostos do que as gerações anteriores a falar sobre bem-estar psicológico e a buscar ajuda.

Meu conselho é focar nas soft skills: empatia, curiosidade, escuta. Elas são a chave para a mentalidade de crescimento de uma empresa e não são difíceis de desenvolver. Às vezes, os líderes acham que precisam reinventar a roda quando, na verdade, seu pessoal só precisa que eles sejam líderes.

Isso inclui garantir que você dê às pessoas a oportunidade de planejar suas carreiras e ter mentores inspiradores. Todas essas experiências ajudam a fortalecer a saúde mental.

AGILIDADE É FUNDAMENTAL

Os processos de contratação ainda tendem a ser muito frios, tanto para candidatos quanto para recrutadores. Com a expectativa de que a escassez de talentos continue sendo um problema, os candidatos terão facilidade em recusar uma empresa, caso não se sintam valorizados rapidamente. 

Tornar os processos seletivos mais eficientes é fundamental. Geralmente, os recrutadores ficam atolados em tarefas mecânicas, como agendamentos de entrevistas, quando poderiam estar agregando valor em outro lugar. Não seria maravilhoso se a tecnologia fosse capaz de cuidar da parte administrativa, para que os recrutadores pudessem se concentrar apenas nos candidatos?

Soft skills como empatia, curiosidade e escuta são a chave para a mentalidade de crescimento de uma empresa.

Foi exatamente isso que me perguntei quando estava no comando do RH da Life Time, uma empresa de estilo de vida saudável. Estávamos contratando 21 mil pessoas por ano para trabalhar em nossos clubes nos Estados Unidos e no Canadá. Precisávamos ser rápidos.

Para isso, utilizamos ferramentas digitais que economizam tempo, como um chatbot com inteligência artificial que agiliza as reuniões entre os candidatos e a equipe de contratação.

Também adicionamos um sistema de agendamento inteligente e de entrevistas e pontuação de adequação ao trabalho, que combina candidatos com vagas adequadas às suas habilidades e experiência. A tecnologia inteligente e a automação dos agendamentos nos salvaram.

Tire o excesso de carga dos ombros dos recrutadores. Pense bem sobre o que está custando tempo e talentos. Os obstáculos burocráticos estão atrapalhando? Percebe que está perdendo possíveis funcionários excepcionais porque leva duas semanas para conseguir marcar uma triagem inicial? Talvez, então, seja hora de personalizar e humanizar a maneira como a empresa faz negócios.

OS TALENTOS NÃO VÃO SE SUBMETER 

O trabalho não é mais o centro da vida de todo mundo. É fundamental que um líder enxergue seus talentos como os indivíduos que são, como pessoas com interesses e preocupações fora de suas funções. Empodere a outra metade das vidas dessas pessoas por meio do trabalho. Se os funcionários estiverem centrados internamente, eles serão mais produtivos fora da empresa.

Tornar os processos seletivos mais eficientes é fundamental.

Os jovens talentos desejam saber, por exemplo como podem crescer na carreira. Querem aprender e expandir suas habilidades. As pessoas não querem mais “ir trabalhar presencialmente”; por outro, lado também não querem que suas carreiras fiquem estagnadas. 

Diante desses dilemas, a melhor coisa que os líderes podem fazer é criar um caminho mensurável, significativo e inspirador para o crescimento da carreira e para o desenvolvimento de um profissional.

Deixe que os talentos mais ambiciosos percebam, desde o primeiro dia, onde eles se encaixam nos planos de longo prazo da empresa e permita que tracem um curso desejável para sua carreira.

Crie opções flexíveis, para que os funcionários possam cuidar de suas famílias. Tenha ambientes de trabalho híbridos, que permitam que as pessoas sejam produtivas. Cabe aos empregadores captar o novo conceito de “trabalho” e testar o que funciona melhor para cada empresa e equipe.

Há um velho ditado que diz: “a melhor época para plantar uma árvore foi há 20 anos. O segundo melhor momento é agora.” A busca por talentos profissionais em 2023 já começou. Sendo assim, comece a construir para o futuro desde já, melhorando seu processo de recrutamento e criando sua própria experiência inteligente de talentos.


SOBRE O AUTOR

Jess Elmquist é diretor de recursos humanos e divulgador chefe da Phenom. saiba mais