4 iniciativas para vencer as limitações que você acha que tem – só que não
Podemos pensar em muitos motivos pelos quais não somos bons o suficiente. Veja como impedir que esses pensamentos atrapalhem seus objetivos
Seu grande objetivo está claro. Você já definiu as etapas e estudou como estabelecer metas, para ter certeza de que elas são alcançáveis e atribuiu prazos a cada uma delas. No papel, tudo parece perfeito.
Mas aí, as crenças autolimitantes e a síndrome do impostor entram em cena, geralmente levando à dúvida, à baixa autoestima e à falta de confiança. Talvez até venha à mente pensamentos do tipo "quem eu pensava que era para tentar alcançar tudo isso?".
As crenças autolimitantes e a síndrome do impostor podem afastá-lo das coisas que você realmente deseja fazer. E elas "vêm em todas as formas e tamanhos", explica a psicoterapeuta Katherine Morgan Schafler, autora do livro The Perfectionist’s Guide to Losing Control: A Path to Peace and Power ("O guia perfeccionista para perder o controle: um caminho para a paz e o poder", em tradução livre).
"As crenças limitantes mais comuns incluem o tempo que vai levar para se conseguir algo. Por exemplo, 'vou levar anos para me livrar das dívidas/ superar esse rompimento/ ficar saudável'", diz Schafler.
encontrar pessoas inspiradoras pode ajudar a superar os limites e as dúvidas que você cria para si mesmo.
Outras crenças autolimitantes muito comuns incluem a alegria que nos permitimos sentir. Alguns exemplos: "não vou conseguir ser feliz até ter filhos ou um parceiro; não vou conseguir ser feliz até ter uma quantia X de dinheiro".
Existem, ainda, as crenças autolimitantes do tipo "nunca vou ter a capacidade de desempenhar um papel X" – como "eu nunca poderia ser um escritor/ uma atriz/ alguém que viaja pelo mundo".
Mas há algumas maneiras de lidar com essas crenças comuns que podem ajudar a superá-las – ou, pelo menos, a aproveitar o potencial delas em seu benefício.
1. Antecipe os obstáculos
Quando seu cérebro começar a criar motivos pelos quais você não vai conseguir realizar o que se propôs a fazer, faça uma lista. Depois, pense bem se esses motivos são realmente verdadeiros e, se forem, em como superá-los, recomenda a economista Katy Milkman, professora da Wharton School da Universidade da Pensilvânia.
Dedique algum tempo à "antecipação de obstáculos". Isso pode parecer pessimista, mas pense nas preocupações que estão surgindo e se elas são mesmo verdadeiras. Tente separa o que é real do que é especulação e comece a planejar como superar os obstáculos reais.
Milkman usa o exemplo de correr uma maratona. Você está muito ocupado e não tem tempo para treinar? Marque os horários de treinamento em sua agenda para que possa se planejar com base neles. Não sabe como começar? Procure programas de treinamento online de boa reputação ou arranje um treinador.
Odeia correr? Encontre uma maneira de tornar essa atividade mais divertida, envolvendo amigos ou ouvindo livros ou música enquanto estiver correndo. Assim como as metas, "a maneira de lidar com os obstáculos é dividi-los em partes e descobrir qual é a solução para cada um deles", orienta Milkman.
2. Escolha alguém em quem se inspirar
Schafler diz que encontrar pessoas inspiradoras pode ser uma maneira poderosa de superar os limites e as dúvidas que você cria para si mesmo. "Talvez você não possa ser um astronauta se tiver 67 anos e uma saúde debilitada, mas talvez possa. Quem é a pessoa mais velha que já foi ao espaço? E quanto às pessoas mais velhas que se destacaram em outros campos?", ela questiona.
Identifique qual é a essência do limite. Nesse caso, parece que se trata de idade e saúde. Você poderia melhorar sua saúde? Poderia aumentar as chances a seu favor de alguma forma? "Os exemplos inspiradores estão por aí – encontre-os", incentiva a psicoterapeuta.
Procure pessoas que tenham desafiado as probabilidades ou feito algo realmente extraordinário. "Às vezes, nos apegamos a crenças que nos limitam porque é mais fácil acreditar que não podemos fazer algo do que reconhecer que não estamos dispostos a nos esforçar para fazê-lo", diz Schafler.
3. Na falta de modelos, use a imaginação
Às vezes, quando faltam modelos, é preciso usar um pouco de imaginação. Escolha uma pessoa que você considere bem-sucedida de alguma forma, ou que você admire. Pergunte a si mesmo: "eu poderia ganhar tanto dinheiro quanto ela? Eu poderia estar tão seguro quanto ela parece estar?".
"Não importa se você quer ganhar tanto dinheiro quanto eles ganham ou ter os tipos de relacionamentos que eles parecem ter: a questão é investigar o que você acredita ser possível para si mesmo", diz Schafler.
Esse exercício é útil para desafiar suas crenças autolimitantes "porque, para começo de conversa, se você não acreditar que algo é possível para você, não vai admitir que quer aquilo. Admitir isso seria muito doloroso".
4. Ressignifique a síndrome do impostor
Basima Tewfik, professora assistente do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, diz que, embora os "pensamentos impostores" possam não ser muito bons, eles podem ter um lado positivo.
"Os pensamentos impostores no local de trabalho podem incentivar os outros a considerá-lo mais eficaz no trabalho em termos interpessoais – um colaborador melhor, um colega de trabalho também melhor."
O motivo? Você pode estar se esforçando em excesso para compensar sua síndrome do impostor. Esse tipo de pensamento é um subproduto natural de estar em novas situações ou enfrentar novas responsabilidades, segundo Tewfik. "E sim, eles não são agradáveis, mas podem não estar atrapalhando você tanto quanto você pensa."