4 medidas baseadas na ciência para incentivar a formação de lideranças femininas

Empresas que investem em lideranças femininas estão se posicionando para um desempenho melhor e um crescimento sustentável no longo prazo

Crédito: rudall30/ Getty Images

Jeff Chen 3 minutos de leitura

Décadas de pesquisa têm comprovado que os benefícios das mulheres na liderança são imensuráveis. Elas trazem um estilo de liderança mais aberto a mudanças, que favorece culturas focadas em missões. A presença feminina também melhora a dinâmica das equipes, trazendo mais colaboração e mais inteligência coletiva.

Meta-análises associam as lideranças femininas a um aumento nas vendas. A presença delas no conselho de administração também está diretamente ligada ao desempenho financeiro.

O relatório Women in the Workplace 2024 (Mulheres no Ambiente de Trabalho 2024), da McKinsey e da Lean In, mostra que a representação feminina melhorou em todos os níveis de gestão. Infelizmente, ainda estamos a décadas de alcançar a equidade de gênero. 

Ainda é assim apesar de estudos mostrarem que, apenas na indústria da saúde, por exemplo, haveria um aumento de 22% na riqueza global de capital humano se houvesse uma participação igualitária das mulheres!

A vencedora do primeiro prêmio de liderança feminina na indústria nutracêutica, a diretora global de pesquisa externa da ChromaDex, Yasmeen Nkrumah-Elie, é um exemplo perfeito da liderança transformadora que as mulheres podem oferecer.

Ela foi reconhecida por suas colaborações inovadoras entre a indústria e o meio acadêmico e escolhida pela sua paixão em "avançar na ciência, promover a diversidade e orientar a próxima geração de líderes mulheres".

Nkrumah-Elie liderou o programa de pesquisa colaborativa pioneiro da empresa, que resultou em cerca de US$ 100 milhões em pesquisa financiada por terceiros, com 300 colaborações de pesquisa – incluindo a Universidade Harvard, a Clínica Mayo e o Instituto Nacional do Envelhecimentos dos EUA.

Quando Nkrumah-Elie recebeu seu prêmio, ela aproveitou o momento para celebrar outra pioneira: Chioma Ikonte, a primeira mulher negra a se tornar diretora científica na indústria nutracêutica. Esse tipo de apoio e construção de senso de comunidade também ajuda a resolver um dos maiores desafios que as mulheres enfrentam nos negócios: o acesso limitado a recursos e redes.

INTERVENÇÕES COM BASE EM EVIDÊNCIAS

As experiências de Nkrumah-Elie se alinham bastante com as melhores práticas destacadas no relatório da McKinsey, que fez uma pesquisa com 280 empresas, assim como uma meta-análise publicada na revista médica "The Lancet", que revisou 91 estudos em seis continentes.

Esses estudos convergem para quatro intervenções respaldadas pela ciência para promover as mulheres na liderança:

1. Processos estruturados para conscientização e engajamento

A responsabilidade intencional da liderança e políticas equitativas são essenciais para o enfrentamento das barreiras sistêmicas. A McKinsey aponta a atenção aos vieses de gênero e lembretes para escapar de preconceitos durante as contratações e avaliações de desempenho como algumas das práticas mais eficazes.

Nkrumah-Elie reflete sobre suas experiências: "entrei na minha entrevista de emprego sendo 100% eu mesma e fui aceita pelo que sou e pelo que acredito, todos os dias em que estive na empresa. É maravilhoso estar em um lugar onde sou celebrada, não apenas tolerada."

2. Mentoria e networking para lideranças femininas

A mentoria é fundamental para fomentar lideranças femininas. Os benefícios não são vistos apenas no avanço individual de carreira, mas em toda a empresa, incluindo uma melhor retenção de funcionários, maior engajamento e mais compartilhamento de conhecimento.

Nkrumah-Elie destaca a mentoria como um dos pilares da sua filosofia: "ser mentora é um dos maiores presentes, seja formal ou informalmente."

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3. Programas de desenvolvimento de lideranças femininas

Programas eficazes enfrentam as barreiras sistêmicas enquanto constroem as habilidades de liderança das mulheres. Co-desenhar essas iniciativas com as partes interessadas garante que estejam alinhadas com as necessidades corporativas e individuais.

4. Ferramentas de apoio

Quando integradas dentro de estratégias mais amplas, as ferramentas de apoio podem identificar e corrigir desigualdades de gênero. Treinar os gestores para apoiar o bem-estar dos funcionários está entre as melhores práticas da McKinsey.

Intervenções, como suporte para a menopausa, com bastante foco em impacto mensurável, também são diferenciais importantes em empresas de alto desempenho.

A ciência é muito clara. Empresas que investem em processos estruturados, mentoria, programas de desenvolvimento de liderança e ferramentas de apoio personalizadas não só estão promovendo a equidade para lideranças femininas, como também estão se posicionando para um desempenho melhor e um crescimento sustentável no longo prazo.


SOBRE O AUTOR

Jeff Chen é cofundador e CEO da healthtech Radicle Science. saiba mais