5 ideias para criar um escritório híbrido que funciona para todos

Novos espaços de trabalho estão sendo criados levando em consideração diferentes perfis de pessoas

Crédito: Piranka/ GettyImages

Nate Berg 3 minutos de leitura

Seguindo o exemplo de muitas outras, a empresa de tecnologia Augury esvaziou seu escritório em Nova York durante a pandemia. Com poucas pessoas circulando por lá e com a maior parte do trabalho podendo ser feito remotamente, continuar pagando o aluguel de um escritório vazio seria um desperdício.

No entanto, a necessidade de uma sede não desapareceu completamente, por isso a empresa está montando um novo espaço na cidade. Mas ao fazer isso, eles estão repensando os fundamentos de como ele vai funcionar, observando quem realmente o usará.

Para orientar o desenvolvimento do novo design dos escritórios, a empresa pesquisou suas equipes, tentando entender como os diferentes departamentos esperavam usar o espaço, especialmente em um modo de trabalho mais híbrido.

“Quando estávamos falando sobre isso, começamos a perguntar que tipo de pessoas frequentariam o lugar” diz Tiffany Millar, diretora de experiência no local de trabalho da Augury.

A empresa percebeu que as pessoas que usariam o escritório se enquadravam em algumas categorias: funcionários que moravam nos arredores e iam com frequência ou trabalhadores de fora, que visitavam o local apenas raramente.

O número de pessoas presentes pode variar de 20 a 80 pessoas, dependendo do dia, com diferentes tipos de trabalhadores que precisam de espaços diferentes. Para fins de organização, eles foram divididos em cinco categorias.

OS QUE SE SENTEM EM CASA TRABALHANDO FORA 

O primeiro grupo é composto por gente que mora na região e pode vir ao escritório uma ou mais vezes por semana, mesmo que a maior parte de seu trabalho possa ser feita remotamente. “Essas eram as pessoas que, essencialmente, queriam sair de seus minúsculos apartamentos, ou talvez, trabalhar longe do barulho que as crianças fazem em casa”, diz Millar.

Os espaços projetados para essa persona concentram-se no lado social do trabalho – uma boa área de cozinha, máquinas de café, mesas altas onde se pode trabalhar, mas também conversar com pessoas que só se veem pessoalmente a cada poucas semanas. “Tinha muito mais a ver com hospitalidade”, diz Millar.

OS VIAJANTES EXAUSTOS

São os funcionários que estão baseados na Europa ou em Israel e voam para reuniões, mas precisam de um tempo para se ajustar ao fuso horário. O escritório inclui espaço para guardar bagagens e até quartos onde eles podem tirar uma soneca.

AS VISITAS IMPORTANTES

Investidores, membros do conselho e clientes em potencial que podem visitor o escritório trimestralmente. Os espaços pensados ​​para eles priorizam um ambiente confortável e divertido, além de apresentar um pouco da tecnologia da Augury, que é usada para monitorar e realizar diagnósticos em dispositivos industriais.

OS NOVATOS 

Funcionários recrutados recentemente, que podem estar vindo ao escritório para reuniões anuais ou pela primeira vez desde que foram integrados. Para eles, as salas de conferência e os espaços de descanso estão sendo projetados para facilitar a colaboração pessoal após meses trabalhando em projetos apenas remotamente.

Para as novas contratações, o design prioriza a localização e a sinalização clara. “Esse espaço tem tudo a ver com garantir que as coisas sejam fáceis de encontrar”, diz Millar.

5 CATEGORIAS, 1 ESPAÇO

Cada categoria dos futuros ocupantes influenciou diferentes partes do escritório. Mas, em vez de projetar o espaço tendo em mente apenas os frequentadores padrão, como a antiga sede, a nova incluirá elementos de design adaptáveis a quem estiver no local dependendo do dia.

O resultado final pode não parecer tão diferente de outros redesenhos da era da pandemia, mas sugere uma nova maneira de pensar esses espaços, que reflete melhor como o trabalho mudou completamente. Agora, o conceito de escritório está visivelmente em evolução: a empresa está criando seus espaços ao mesmo tempo em que se prepara para voltar ao presencial no próximo ano.

As categorias que Augury está usando para guiar seu design podem mudar. Millar diz que será importante acompanhar como os espaços estão sendo usados ​​e por quem, para determinar se o projeto está atendendo às necessidades de mudança dos diferentes tipos de pessoas.

“Estamos apenas começando, com o planejamento do uso baseado nessas categorias de pessoas”, diz Millar. “A seguir vêm as questões do comportamento humano, e veremos se estávamos certos ou não.”


SOBRE O AUTOR

Nate Berg é jornalista e cobre cidades, planejamento urbano e arquitetura. saiba mais