5 tipos de bullyers no trabalho e como aprender a identificá-los
Por trás do bullying está o desejo de dominar. Trata-se de desumanizar, humilhar e desvalorizar a vítima
O bullying no trabalho muda muitas vidas. Ele planta insegurança em pessoas confiantes e competentes. Leva à perda de talentos. Como as vítimas do bullying podem estar literalmente em qualquer nível, uma empresa que tolera ou permite essa prática corre o risco de perder bons quadros desde a base até o topo da pirâmide corporativa.
O bullying tem a ver com a tentativa de uma pessoa dominar outra.
O bullying pode acontecer em público ou reservadamente. De forma aberta ou velada. Os comportamentos de intimidação aberta são mais óbvios: gritos, gestos violentos como bater na mesa, discursos agressivos e ameaçadores.
O bullying velado é encoberto, oculto, sutil. É silencioso e confuso. Às vezes, acontece apenas em reuniões individuais. O bullying em público é testemunhado por outras pessoas. Já o que acontece no privado é testemunhado apenas pelo agressor e pela vítima.
TIPOS DE BULLYERS
1. "Na lata"
O único propósito do agressor é humilhar alguém em um ambiente público. Quem pratica o bullying na lata gosta de ter plateia. A pessoa quer que todos saibam que ela tem o poder, que está no comando, que é intocável. No ambiente de trabalho, é o chefe que grita, bate na mesa, aponta o dedo.
2. Sabotador
Em qualquer organização há quem jogue sujo, sabotando o trabalho dos colegas. É fácil de detectar quem está praticando esse tipo de bullying porque é alguém que gosta de rir às custas das desgraças alheia.
Assim como quem pratica bullying na lata, o sabotador quer que você saiba que ele se sente no poder. Ao contrário do bullying mais direto, porém, essa é uma estratégia sorrateira. Ele é astuto e quer manter a vítima paranoica, duvidando da lealdade de todos os colegas.
No trabalho, o sabotador pode ser aquele chefe que, intencionalmente, pronuncia seu nome errado, que coloca seus protegidos na equipe, que olha para a tela do telefone e depois para você, rindo da piada.
3. Duas-caras
O duas-caras finge que é parceiro em público, mas diminui você quando estão a sós. Como os tipos anteriores, o duas-caras quer que você saiba que ele está no poder, no comando. Mas a rasteira vai acontecer em privado, depois de elogiar a vítima em público.
No trabalho, é aquele chefe que diz para todo mundo que você está fazendo um ótimo trabalho. No privado, porém, te dá vários foras com linguagem dura e humilhante.
4. Passivo-agressivo
Quando parece que a relação está caminhando super bem, a pessoa muda o tom e te trata meio mal. Esse tipo de bullying
é muito difícil de identificar, porque envolve um comportamento volúvel. A agressividade fica escondida nas sombras, é mais sutil e cheia de nuances.
O passivo-agressivo é muito bom em fazer a vítima acreditar que é amigo quando, na verdade, está simplesmente usando a pessoa e as informações que ela compartilha. Ele quer controlar a narrativa enquanto cuida de seus próprios interesses e ambições.
No trabalho, é, por exemplo, aquele chefe que pergunta sobre como foi a reunião quando, na verdade, já foi informado de tudo por seus agentes bem posicionados.
5. Manipulador
Dentro da família do bullying mais difícil de identificar existe um tipo particularmente perturbador. O manipulador (ou gaslighter, no termo consagrado em inglês) se supera em sua capacidade de confundir.
O manipulador é o melhor em jogos mentais. Ele quer que a vítima saiba que está no comando, mas a mantém na dúvida e insegura.
No local de trabalho, o gaslighting é feito por aquele gerente que sabota o trabalho, que pede informações que a pessoa já deu, que muda o local da reunião e depois pergunta “onde você estava?”.
PODER E CONTROLE
O bullying no local de trabalho podem ser de um tipo, de vários ou de todos esses tipos. Um dia, a vítima pode estar sofrendo com uma agressão na lata e, no dia seguinte – ou mesmo mais tarde naquele mesmo dia – o agressor pode se mostrar um duas-caras. O que é constante? A ambição por poder e controle, seja real ou imaginário.
O bullying planta insegurança em pessoas confiantes e competentes.
O efeito cumulativo dos constantes ataques psicológicos e intimidações é debilitante, paralisante e assustador, fazendo com que as vítimas sintam que estão encolhendo na cadeira. Elas se sentem confusas, loucas e responsáveis pela própria humilhação.
O bullying tem a ver com a tentativa de uma pessoa dominar outra. Trata-se de desumanizar, degradar e desvalorizar alvos. Tem a ver com poder e controle.
Por causa do bullying, vi pessoas que eram confiantes começarem a duvidar de suas capacidades. Uma dessas pessoas, em particular, olhou de volta para mim quando eu encarei o espelho.
Este trecho foi adaptado do livro "Walk Away to Win: a Playbook to Combat Workplace Bullying", de Megan Carle, com permissão da McGraw Hill.