5 tipos de insegurança que prejudicam seu desempenho no trabalho

Insegurança e medo são os culpados por trás de cinco dos erros mais comuns no trabalho e pelas oportunidades perdidas

Crédito: sdominick/ iStock

Marina Glazman 4 minutos de leitura

O medo e a insegurança nos deixam avessos ao risco. Quando nos sentimos inseguros, até os desafios administráveis são percebidos como altamente ameaçadores e, por isso, entramos em um estado de “fuga”. Procuramos pelo caminho mais rápido para escapar da situação.

Quando tomamos decisões guiados por nossas inseguranças, nos tornamos propensos a fechar péssimos negócios e a seguir maus conselhos, a trocar sucesso de longo prazo por validação de curto prazo e até a contratar as pessoas erradas e mantê-las por perto.

Insegurança e medo são os motivos por trás de cinco dos erros mais comuns no local de trabalho (e por muitas oportunidades perdidas).

1. O medo de perder nos leva a seguir maus conselhos

As normas do local de trabalho sugerem que todas as vagas em aberto precisam ser preenchidas o mais rápido possível, que você tem que ter 10 mil seguidores nas mídias sociais para ter credibilidade e que precisa de pessoas que estudaram em escolas renomadas na sua equipe. Não cumprir essas normas gera uma incômoda sensação de que você está errando de alguma maneira. Só que não.

2. O medo da escassez leva a péssimos negócios

Os seres humanos são predispostos a acumular recursos. Quando vemos uma oportunidade de colaborar com

O medo e a insegurança nos deixam avessos ao risco.

um influenciador popular, de contratar um novo fornecedor ou de obter financiamento de um investidor, nosso impulso para fechar o negócio logo entra em cena. Quanto mais alto o risco, maior é o medo de perder a chance.

Diante de uma nova oportunidade – especialmente quando ela surge em um momento desesperador –, vale a pena parar para se perguntar se a troca que você fará pode lhe custar mais do que aquilo que terá em retorno.

3. O medo de parecer mediano o torna mediano

Quarenta por cento dos millennials se endividaram para se manterem parecidos com seus pares. As pessoas gastam demais em carros ou produtos de grife, enquanto marcas em expansão compram seguidores falsos nas redes sociais. O preço a pagar ao perseguir métricas de vaidade costuma ser não conseguir alcançar sucesso autêntico.

Gastar dinheiro com símbolos de validação social parece algo inocente, apenas uma forma de saciar o medo de parecer mediano. Mas a validação de curto prazo requer recursos que poderiam ser investidos na construção de conhecimento, em um negócio próprio ou em público orgânico nas redes.

4. O medo de admitir a derrota nos leva a persistir nos erros

Todo mundo teme o fracasso. Mas, muitas vezes, agimos como se um erro não fosse um erro se não a gente não o admitir. Essa lógica nos mantém presos a decisões ruins, abrindo um buraco ainda mais fundo.

Quando nos sentimos inseguros, até os desafios administráveis são percebidos como ameaçadores.

É assustador dizer aos investidores, clientes ou ao seu chefe que você tomou uma decisão ruim. Acontece que os erros só se tornam um problema quando você não consegue admiti-los. Em vez de tentar eternamente justificar o fracasso, admiti-lo leva a uma recuperação mais rápida.

5. O medo da rejeição impede o progresso

Discordar de uma opinião aceita socialmente envolve mais do que apenas “superar” o que os outros podem achar. Você precisa enfrentar um dos maiores medos do ser humano: a rejeição social.

Quando colegas ou chefes estão entusiasmados com um produto, uma nova contratação em potencial ou uma nova iniciativa, parece impossível apontar o que está errado.

Você percebe que o produto não está pronto para o lançamento, que a ideia não agradará aos clientes ou que o plano está cheio de falhas. Ficar quieto pode prejudicar o negócio e até o seu próprio desempenho. Mesmo assim, com o medo da humilhação iminente, as pessoas não se posicionam de maneira contrária.

muitas vezes agimos como se um erro não fosse um erro se não a gente não o admitir.

Mas a pesquisa sobre a ignorância coletiva revela que aqueles que discordam das ideias ruins são geralmente a maioria – só que não sabem disso. Em uma comunidade onde uma ideia ruim se torna a regra, os indivíduos geralmente discordam dela em particular, mas presumem (incorretamente) que todos os outros a aceitaram.

O medo e a insegurança servem a um propósito evolutivo. Mas, embora fugir de um urso ou estocar comida possa ter salvado a vida de nossos ancestrais, a maioria das “ameaças” que enxergamos hoje na vida profissional não carrega esses mesmos riscos.

Talvez o primeiro passo para resolver uma ausência na equipe, lidar com reconhecimento social insuficiente ou com a falta de ofertas de trabalho seja reconhecer qual é a insegurança que cresce por conta da sensação de ameaça.

Antes de ativar o modo automático de fuga e buscar a solução mais rápida, vale a pena considerar que, ao contrário de nossos ancestrais, você ainda estará aqui mais tarde para viver as consequências das suas decisões.


SOBRE A AUTORA

Marina Glazman é empreendedora, designer organizacional e estrategista de comunicação. saiba mais