A ciência comprova: pessoas otimistas vivem 10% a 15% mais (e melhor)

Pesquisas revelam que o otimismo e conexões sociais sólidas aumentam a expectativa de vida, e que 75% desse traço pode ser aprendido

mulher balança os cabelos com movimentos alegres
Créditos: Jacob Lund/ Getty Images/ Al Soot/ Greg Rosenke/ Unsplash

Jeff Haden 3 minutos de leitura

O interesse pela longevidade pode ter um lado empreendedor – afinal, o desejo de viver mais e melhor criou um mercado gigantesco. Ou pode ser financeiro, como no “método Matusalém” de Warren Buffett: viver muito e garantir um alto retorno ao longo do tempo.

Mas, para a maioria, o interesse é pessoal. Todos querem uma vida longa e saudável. O problema é que as recomendações para chegar lá costumam parecer inalcançáveis.

Um estudo mostrou que são necessários entre 150 e 300 minutos de atividade física moderada a intensa por semana apenas para compensar o risco de ficar muito tempo sentado. Outro apontou que correr de 30 a 40 minutos, cinco vezes por semana, pode deixar o corpo até nove anos mais jovem.

Felizmente, há um caminho mais simples para ganhar alguns anos de vida: o otimismo. Duas pesquisas – uma com duração de 10 anos e outra, de 30 – apontaram que níveis elevados de otimismo estão associados a 11% a 15% de aumento na expectativa de vida, mesmo considerando fatores como saúde e condição socioeconômica.

“Entre os fatores psicossociais que parecem contribuir para a saúde, como a integração social, o otimismo apresenta algumas das associações mais fortes e consistentes com resultados positivos – desde menor risco de doenças cardiovasculares até redução da mortalidade precoce”, explicam os pesquisadores.

O PODER DA CONEXÃO

A chamada “integração social” também está diretamente ligada à longevidade. Uma revisão clínica de quase 150 estudos, publicada na "PLOS Medicine", revelou que pessoas com laços sociais fortes têm 50% mais chances de sobreviver, independentemente de idade, sexo ou histórico de saúde, em comparação com aquelas com vínculos fracos.

Em resumo: ter e manter bons amigos pode prolongar sua vida.

ilustração cabeça com pensamentos otimistas
Ilustração: Volodymyr Kryshtal/Getty Images

Mas o otimismo também conta, e muito. Pessoas otimistas agem de forma diferente. Todos têm metas, mas os menos otimistas tendem a desistir antes mesmo de tentar: por que começar algo que parece impossível? Já os otimistas, segundo os pesquisadores, “traduzem metas em ações”, porque acreditam que o caminho é viável.

APRENDER A SER OTIMISTA

Saber que é bom ser otimista é uma coisa; tornar-se otimista é outra. Não existe um botão que se possa acionar. Ou será que existe? Estudos indicam que cerca de 25% do nosso nível de otimismo é genético, o que significa que 75% pode ser aprendido e cultivado.

correr de 30 a 40 minutos, cinco vezes por semana, pode deixar o corpo até nove anos mais jovem.

Um exemplo: participantes de um estudo publicado no "Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry" que passaram cinco minutos por dia, durante duas semanas, imaginando seu “melhor eu possível” – em termos de metas profissionais, pessoais e afetivas – apresentaram aumentos significativos de otimismo.

Se visualização não é o seu forte, há outras estratégias. Como dizia o palestrante Jim Rohn, “somos a média das cinco pessoas com quem mais convivemos”. Ou seja: passe mais tempo com pessoas otimistas. Elas tendem a ser mais encorajadoras, solidárias e entusiasmadas, e esse entusiasmo é contagioso. De quebra, você ainda ganha os benefícios sociais que aumentam a longevidade.

A MENTALIDADE QUE MUDA TUDO

Se conviver em grupo não é seu estilo, olhe para dentro e reflita sobre sua mentalidade. De modo geral, as pessoas se dividem em dois grupos:

  • Mentalidade fixa: acredita que inteligência, habilidade e talento são inatos. Alguém com essa visão diria: “não liderei bem. Não nasci para isso.”
  • Mentalidade de crescimento: acredita que inteligência e habilidade podem ser desenvolvidas com esforço. Essa pessoa diria: “não liderei bem, mas da próxima vez vou me preparar melhor.”

Quem adota a mentalidade de crescimento entende que o sucesso depende de dedicação e aprendizado contínuo, não de talento natural.

Crédito: Igor Omilaev/ Unsplash

Pense em um desafio que você superou, uma meta que alcançou, um momento em que duvidou de si, mas persistiu mesmo assim. Você já fez isso uma vez, pode fazer de novo.

Essa é, essencialmente, a mentalidade de crescimento. Aderir a ela não só aumenta suas chances de sucesso, como também pode prolongar sua vida. Nada mal para quem quer viver mais – e melhor.

Este artigo foi publicado na "Inc", da mesma empresa que publica a Fast Company. Leia o artigo original


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