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Em menos de 15 anos, pessoas 65+ estarão mais presentes e ativas na economia brasileira do que os mais jovens

Crédito: Fast Company Brasil

Thiago Diniz 2 minutos de leitura

Chegando quase aos 50 e tendo passado por alguns aprendizados com o pessoal da geração X, comecei a estudar o tema do envelhecimento mais a fundo. Divido alguns dados interessantes sobre nossa estrutura etária e alguns impactos que devemos sentir nos próximos anos.

Apesar das novelas, das redes sociais e da propaganda muitas vezes mostrarem o contrário, o Brasil é um país se encaminhando para a maturidade.

Dados do IBGE mostram que, em menos de 15 anos – ou seja, logo ali –, pessoas 65+ estarão mais presentes e ativas na economia do que os mais jovens. Sendo assim, o tema precisa ser discutido e ressignificado não apenas pelos mais velhos mas, sobretudo, pelos jovens de hoje. Em Pernambuco, o número de idosos mais que dobrou em quatro décadas, segundo o Censo de 2022.

Atualmente, há 48,7 idosos para cada 100 crianças. Uma mudança da pirâmide etária aliada a uma estrutura previdenciária distinta da que conhecemos também está em pleno curso. Em resumo, estamos diante de um novo mercado de trabalho, com profissionais mais maduros e dominado por tecnologias que ainda desconhecemos. E o que as empresas estão fazendo hoje?

Aí a reflexão não vem apenas do consumidor maduro: falo também sobre contratações de profissionais com mais experiência. Tenho observado um movimento de seniorização nas corporações como uma tentativa de talvez entender um modelo de trabalho que não conseguimos implementar nos novos tempos pós-pandêmicos.

Aliás, a evidente aceleração digital aconteceu para todas as idades, já que fomos jogados todos no mesmo caldeirão de trabalho remoto sem escolha prévia.

Por outro lado, um levantamento da Robert Half Talent Solutions, em parceria com a start-up Labora, com 258 empresas, apresenta dados menos animadores. O estudo mostra que cerca de 70% das companhias contrataram muito pouco ou nenhum profissional com mais de 50 anos nos últimos dois anos, embora essa categoria responda por 25% da força de trabalho no Brasil.

Crédito: ronok_90/ Freepik

As razões vão desde a impressão de que estes profissionais estariam ultrapassados para as vagas até questões ligadas a possíveis aumentos em encargos sociais, como planos de saúde. Parece uma visão obtusa já que as oportunidades são inúmeras.

Nesse sentido, é inegável lembrar que muito se tem falado a respeito de conflitos geracionais, mas vejo o momento pelo qual estamos passando como de grande efervescência e de muito conhecimento. As empresas podem e devem estimular trocas de experiência profissional entre quem está chegando e quem já tem mais anos de labuta. 

De um modo geral, o tema entrou na mesa de discussões e talvez essa seja a melhor notícia. A sociedade parece começar a discutir uma consequência imediata das decisões que estamos tomando nos tempos atuais.

O envelhecimento é a nova fronteira da diversidade. Há uma longa jornada a percorrer e quem mais se preparar agora terá mais condições de seguir relevante nas próximas décadas.


SOBRE O AUTOR

Thiago Diniz é head de planejamento da Lean Agency, publicitário, jornalista, mestre em marketing pela The University of Huddersfield ... saiba mais