As novas regras do trabalho: como a IA está redefinindo o valor humano

Por mais que a automação transforme boa parte das atividades, as habilidades que tornam os humanos indispensáveis estão se tornando ainda mais importantes

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Sarah Bregel 2 minutos de leitura

A inteligência artificial está transformando rapidamente o mundo ao nosso redor – desde a forma como interagimos online até a maneira como trabalhamos. E, embora ela já seja capaz de realizar uma enorme variedade de tarefas, isso não significa que os humanos estejam se tornando obsoletos.

Um novo relatório da McKinsey ajuda a entender por quê. O estudo aponta que cerca de 57% das horas de trabalho podem ser automatizadas.

Ao mesmo tempo, 70% das habilidades que as empresas procuram servem tanto para tarefas automatizadas quanto para aquelas que dependem de humanos. Isso indica que, nos próximos anos, vamos precisar adaptar nossas rotinas para dividir espaço com a automação.

Para medir esse impacto, a McKinsey criou um índice que analisa o quanto cada área deve ser afetada. Nesse ranking, áreas como processamento de informações, contabilidade e programação aparecem entre as mais influenciadas pela IA.

Já funções que exigem esforço físico tendem a passar por menos mudanças – elas representam 35% das horas de trabalho nos Estados Unidos. Apesar dos avanços em robótica, os sistemas automatizados ainda não conseguem reproduzir a precisão, a coordenação e a percepção situacional humana.

Habilidades que dependem de sensibilidade emocional e conexão – como orientar, cuidar, apoiar ou negociar – serão as menos impactadas. Mesmo com uma ampla adoção da IA, essas habilidades vão continuar sendo essenciais em muitos cargos.

Hoje, cerca de 75% da demanda por habilidades em IA está concentrada em três áreas: computação e matemática (44%), gestão (19%) e operações de negócios e finanças (7%). Ainda assim, a McKinsey destaca que praticamente todas terão ao menos uma habilidade profundamente transformada até 2030 – e que um terço delas verá mais de 10% das competências exigidas mudar de forma significativa.

Com tantas mudanças, novas funções devem surgir – e nelas, trabalhar em conjunto com a inteligência artificial será fundamental. A demanda por profissionais que entendem de IA está crescendo mais rápido do que qualquer outra habilidade.

Segundo o relatório, os trabalhadores vão dedicar menos tempo a tarefas repetitivas, como preparar documentos ou fazer pesquisas básicas, e mais tempo formulando perguntas e interpretando resultados. As empresas vão valorizar cada vez mais habilidades que complementam a IA.

Criar espaço para a inteligência artificial no ambiente de trabalho será essencial. A IA pode gerar cerca de US$ 2,7 trilhões em valor econômico nos Estados Unidos, caso as empresas consigam integrar bem a automação. No fim, os humanos continuam sendo indispensáveis, mas a IA vai seguir transformando a forma como trabalhamos – e isso vale para todas as profissões.


SOBRE A AUTORA

Sarah Bregel é uma escritora, editora e mãe solteira que mora em Baltimore, Maryland. Ela contribuiu para a nymag, The Washington Post... saiba mais