Cólicas menstruais podem ser terríveis – mas as mulheres vão trabalhar assim mesmo
Muitas mulheres sofrem para continuar trabalhando apesar das dores menstruais - em vez de tirarem o tempo de descanso de que precisam
Entre os trabalhadores com menos de 34 anos, a diferença salarial entre os gêneros diminuiu um pouco. Hoje, as mulheres estão ganhando 92 centavos de dólar para cada dólar dos homens. Acontece que o salário não é a única forma pela qual a desigualdade se manifesta.
Um novo relatório da Deloitte pesquisou cinco mil mulheres em 10 países a fim de entender suas experiências no trabalho. Veja as principais descobertas do estudo:
- As mulheres estão trabalhando com dor: mais de um quarto das mulheres tem problemas de saúde relacionados à menstruação, fertilidade ou menopausa. Cerca de 40% das mulheres trabalham mesmo quando estão sentindo muitas dores menstruais ou decorrentes da menopausa. Ao mesmo tempo, 20% das mulheres com problemas de saúde relacionados à fertilidade que tiraram férias e contaram ao empregador acreditam que isso prejudicou sua carreira.
- As mulheres ainda são as principais cuidadoras: 50% das mulheres que vivem com um parceiro disseram que são elas que assumem a maior parte dos cuidados com os filhos, enquanto apenas 26% afirmam que essa responsabilidade é dividida igualmente. Além disso, 57% das mulheres que têm um parceiro declararam que cuidam de algum outro adulto e apenas 30% disseram que essa responsabilidade é dividida igualmente. Embora 20% declarem que são a principal fonte de renda da casa, cerca de 50% dizem que ainda recai sobre elas a maior parte dos cuidados com os filhos. Apenas 27% das que assumem as maiores responsabilidades em casa declararam que conseguem focar em suas carreiras.
- As mulheres estão preocupadas com a segurança no trabalho: 14% acreditam que seus direitos pioraram em seu país no último ano e 29% acham que seu direito de viver livres de violência diminuiu. Quase metade das mulheres declara ter preocupações com sua segurança no trabalho ou quando viaja a trabalho. Além disso, 43% afirmam ter sofrido pequenas agressões ou assédio no local de trabalho. Aproximadamente 16% foram assediadas por algum cliente e 10% por algum colega de trabalho – o que inclui perseguição e assédio sexual.
"A dura realidade transmitida por esses dados não pode ser ignorada", escreveram os autores do relatório. "Esperamos que as empresas façam uso desse panorama crítico para ajudar a promover mudanças significativas e sustentáveis e para garantir a igualdade de gênero nos locais de trabalho em todo o mundo."