Como medir o ROI da felicidade?

Mapear os indicadores de ROI dentro da área de recursos humanos ainda é uma iniciativa que exige muita dedicação dos diretores de RH

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Renata Rivetti 2 minutos de leitura

A maioria das empresas realiza anualmente pesquisas de clima ou satisfação para traçar planos de melhorias na cultura organizacional e na operação como um todo. Porém, muitas se esquecem de mapear um fator importante para manter ou elevar a produtividade do negócio: a felicidade.

O que elas não se dão conta é que, ao não mapear esse sentimento, acabam perdendo uma oportunidade valiosa de entender as forças e os desafios da companhia para o seu plano de felicidade organizacional, cuja função é medir o quão confortável o colaborador se sente para fazer o que faz na empresa em que atua.

A satisfação é essencial para termos felicidade na vida, mas apenas ela não basta. Por isso, considerando o ambiente organizacional, recomendo que o bem-estar do colaborador seja medido de uma maneira mais ampla, considerando diferentes aspectos emocionais e motivacionais.

Um plano de felicidade corporativa é gratuito e deve trabalhar, essencialmente, para curar dores da empresa.

É possível fazer isso, por exemplo, por meio dos cinco pilares da psicologia positiva: emoções positivas, engajamento, relacionamentos, significado e realização.

Um plano de felicidade corporativa é gratuito e deve trabalhar, essencialmente, para curar dores da empresa. Esses desconfortos podem ser alto turnover, baixa produtividade, baixo engajamento, falta de segurança psicológica ou quiet quitting, entre tantos outros desafios enfrentados pela área de recursos humanos no dia a dia, principalmente em momentos de crises geradas por fatores internos ou externos.

Mas, como medir o Retorno de Investimento no RH, também conhecido pela sigla ROI, que é a abreviação de return on investment?

Para conseguir calcular o ROI da felicidade dentro do ambiente de trabalho, no meu entender, é essencial convidar o responsável pelo RH para todas as reuniões estratégicas do negócio, para que ele sempre esteja atualizado sobre as necessidades da empresa, no quesito equipe, para executar as ações.

Além disso, é preciso ter consciência de que é necessário investir na conscientização da liderança para que, de fato, entenda o que é felicidade corporativa, porque é importante e como atuar. 

agir de forma preventiva é o caminho mais estratégico para a sustentabilidade das ações do RH.

Somente com esses dados em mãos o RH poderá separar gastos e investimentos que valem a pena e se justificam daqueles que precisam e podem ser otimizados.

Ter dados e fatos mapeados é, ainda, o caminho mais seguro para conquistar “patrocínio” interno para colocar em prática não só ações de tratamento e cura para as dores da empresa no quesito gestão de pessoas, mas também para agir de forma preventiva, que é o caminho mais estratégico para a sustentabilidade das ações.

Mapear os indicadores de ROI dentro da área de recursos humanos ainda é uma iniciativa que exige muita dedicação de diretores de felicidade e diretores de RH.

Mas todo o esforço é compensado quando, no médio ou longo prazo, comprova-se que colaboradores com bem-estar físico, mental e emocional tendem a ficar menos doentes, usar menos o plano de saúde e faltar menos no trabalho, contribuindo para a melhora de produtos e serviços.

No final, ganha quem contrata e quem foi contratado.


SOBRE A AUTORA

Renata Rivetti é fundadora e chief hapiness officer da Reconnect - Happiness at Work, especializada em felicidade corporativa e lidera... saiba mais