Como treinar sua mente para se tornar uma pessoa mais otimista

Veja como mudar sua forma de pensar se você for um pessimista por natureza

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Kathleen Davis 3 minutos de leitura

Venho de uma longa linhagem de pessoas com pensamentos negativos. Tanto minha mãe quanto minha avó perderam inúmeras horas de sono com coisas que não podiam controlar, preocupadas com tudo o que poderia dar errado.

Quando criança, eu me preocupava com o fato de gostarem ou não de mim. Quando jovem adulta, me preocupei com minha carreira e com dinheiro. Agora, na meia-idade e no papel de mãe, me preocupo com praticamente tudo.

Já me chamaram de pessimista, mas prefiro me definir como realista. Afinal de contas, tem muita coisa errada no mundo como um todo e muita coisa que pode dar errado na vida.

Sempre achei, inconscientemente, que quem não se preocupa é porque não está prestando atenção direito. E, como jornalista, normalmente o cinismo – ou, pelo menos, o ceticismo – é um requisito para o meu trabalho.

Mas, ao mesmo tempo, sempre tive um pouco de inveja dos otimistas. Quem não teria? Eles são tão ... felizes.

Acontece que ser otimista também é melhor para as pessoas. De acordo com Sue Varma, professora assistente clínica de psiquiatria da Universidade de Nova York e autora de "Practical Optimism: The Art, Science, and Practice of Exceptional Well-Being" (Otimismo prático: a arte, a ciência e a prática do bem-estar excepcional), "numerosos estudos envolvendo mais de 200 mil indivíduos descobriram que o otimismo está ligado a muitos resultados positivos."

Segundo ela, os otimistas tendem a ter um sistema imunológico mais forte, melhor saúde cardíaca e condições de saúde ainda mais favoráveis. Também apresentam menos sintomas físicos e menos dor em geral.

Além de serem mais saudáveis, ela também destaca que os otimistas são mais ricos, vivem mais e são mais bem-sucedidos na vida, no trabalho e nos relacionamentos.

Embora possa ser uma situação do tipo “o ovo e a galinha” (quem não seria otimista se fosse saudável, rico e bem-sucedido no trabalho e nos relacionamentos?) até os pessimistas podem mudar sua forma de pensar. 

PENSAMENTO POSITIVO

Stephanie Vozza, redatora da Fast Company, fez um jejum de negatividade de duas semanas no início do ano. Um método que ela tentou foi a teoria ABC, que significa “um evento gatilho, sua crença sobre o que ele significa e as consequências de como você reage a ele”. 

Por exemplo, quando alguém nos interrompe no trânsito, podemos ou deduzir que essa pessoa é um idiota ou que ela estava com pressa porque tinha uma emergência. 

Além de serem mais saudáveis, os otimistas são mais ricos, vivem mais e são mais bem-sucedidos na vida.

Outra tática que Vozza usou durante seu jejum de negatividade foi o exercício das “três dádivas” do pai da psicologia positiva, Martin Seligman. A ideia é simples e parece com os diários de gratidão para os quais muita gente revira os olhos há anos. 

Todos os dias, escreva três coisas que foram boas para você. A ideia é que a maioria das pessoas reclama muito sem perceber que está fazendo isso, e o antídoto para a reclamação é a gratidão.

OUTRAS MEDIDAS PARA TREINAR O CÉREBRO

O colaborador Shawn Casemore mudou sua atitude mental do pessimismo para otimismo com algumas adaptações. Veja o que funcionou para ele:

1. Transformar as preocupações com os riscos em uma pergunta positiva

“Qual é a pior coisa que pode acontecer?” se transforma em “Quais são os melhores resultados possíveis?”

2. Compartilhar sua perspectiva otimista com outras pessoas

“Quando você repete as coisas em voz alta, anula o pequeno diabinho que fica no seu ouvido sussurrando opiniões pessimistas", diz ele.

3. Cercar-se de pessoas e notícias otimistas

Casemore também sugere que você conteste os comentários e pontos de vista negativos quando os encontrar.  

Ele admite que se tornar otimista é um processo desafiador. Mas, “quando você leva em conta os benefícios do otimismo, todo o empenho vale a pena”.


SOBRE A AUTORA

Kathleen Davis é editora adjunta da Fast Company. saiba mais